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sexta-feira, 2 de maio de 2014

A origem do pentecostalismo atual





William Seymour
Foi em Topeka, Kansas (EUA), que surgiu o movimento pentecostal como é conhecido hoje. O pregador Charles Parham começou, em 1900, uma escola bíblica denominada Betel. Parham reuniu cerca de nove alunos para que estudassem juntos e sem o auxílio de nenhum livro além da Bíblia o tema do batismo no Espírito Santo.


Parham e seus alunos tinham uma certa ligação com o “movimento da santidade”, um grupo que tentava preservar os ensinos peculiares do metodismo de João Wesley, como a perfeição cristã e a inteira santificação. O grupo liderado por Parham buscava evidências ou prova bíblica para o batismo no Espírito Santo.

Chegaram, então, à conclusão de que a única certeza e sinal escriturístico para o batismo com o Espírito Santo era o falar em línguas. No dia 1°. de janeiro de 1901, um moço estudante estava orando durante a noite, quando experimentou de repente a paz e a alegria de Cristo, começando a louvar a Deus em línguas. Dentro de alguns dias, toda a comunidade recebera o batismo com o Espírito Santo dessa maneira e surgiu o moderno movimento pentecostal. Essa experiência, acompanhada por poderosos ministérios de conversões, curas, profecias etc., se espalhou pelo Texas e (em 1906) alcançou Los Angeles, onde cresceu substancialmente, passando para Chicago, Nova York, Londres e Escandinávia em meados de 1915.


Um aluno de Parham, chamado William Seymour, (foto) foi convidado a pregar em Los Angeles. As reuniões daquele pregador negro começaram a crescer. Suas pregações atraíam muita gente, e o fenômeno do batismo no Espírito Santo continuou a acontecer em grande escala. A experiência era sempre acompanhada de manifestações de línguas, profecias e orações em voz alta, que ocorriam junto com cânticos espirituais. Seymour
era filho de ex-escravos e, apesar do contexto social extremamente hostil aos negros, ele continuou a ensinar:

Apesar das constantes humilhações, desenvolveu uma espiritualidade que resultou, em 1906, num avivamento em Los Angeles.

A maioria dos historiadores pentecostais crê ter sido esse avivamento o berço do pentecostalismo. As raízes da espiritualidade de Seymour jazem em seu passado. Ele afirmou suas raízes negras ao introduzir, na liturgia, os negro spirituals e a música negra numa época em que essa música era considerada inferior e imprópria à adoração cristã. Ao mesmo tempo, ele viveu firmemente o que compreendia ser o Pentecostes. Para ele, o Pentecostes significava mais que falar em línguas. Significava amar a despeito do ódio — vencendo o ódio de uma nação inteira ao demonstrar que o Pentecostes é algo muito diferente do estilo de vida americano de sucesso.

No avivamento de 1906, em Los Angeles, bispos brancos e trabalhadores negros, homens e mulheres, asiáticos e mexicanos, professores brancos e lavadeiras negras, todos eram iguais. A imprensa religiosa e a secular acompanhava todos os detalhes. Sem conseguir entender o que se passava, preferiram ridicularizar, atacando Seymour: “pode vir algo bom de um autodenominado profeta negro?”.

As principais denominações também criticaram o emergente movimento pentecostal, desprezando seus seguidores devido à origem negra e humilde. Pressões sociais surgiram, tentando discriminar suas igrejas entre as organizações negras e brancas, como outras igrejas já vinham fazendo.

Tudo isso, porém, não conseguiu impedir o crescimento do pentecostalismo. De Los Angeles, o movimento espalhou-se por muitas cidades norte-americanas e depois pelo mundo todo. Nos Estados Unidos, Chicago desenvolveria um importante papel na exportação do fenômeno pentecostal para o Brasil. A cidade tornou-se uma rota missionária para três pregadores que lançariam as bases para o movimento pentecostal em solo brasileiro: Louis Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil), Daniel Berg e Gunnar Vingren (fundadores da Assembléia de Deus).


Muitas igrejas foram formadas, sendo a Assembléia de Deus a maior delas. Mais tarde, o pentecostalismo tornou-se fator importante para a formação de outro grupo na América do Norte, que também alcançaria proporções mundiais, e que seria conhecido como “movimento carismático”. Com ênfase no batismo do Espírito Santo e na glossolalia, esse movimento passaria a existir em quase todas as denominações evangélicas tradicionais, preparando o caminho para o futuro movimento neopentecostal.

Pesquisa, adaptações e comentários adicionais:
João Q. Cavalheiro

Lições Bíblicas da EBD, CPAD/RJ, 2º Trim/2007, pp 71-77.
http://www.ibmac.com                                                                  

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