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quinta-feira, 29 de maio de 2014

HORA DE VIRAR-SE PARA A PAREDE


ISAÍAS 38. 1-3 --- Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele o profeta Isaías, e lhe disse: Assim diz o SENHOR DEUS: Põe em ordem tua casa, porque morrerás e não viverás. Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao SENHOR DEUS. E disse: Ah! Senhor, lembra-te, peço-te, de que andei diante de ti em verdade, e com o coração perfeito, e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou muitíssimo.


Esta passagem da Bíblia que narra um drama do rei Ezequias nos ensina algumas lições enriquecedoras para nossa vida.

ATÉ AQUELES QUE ANDAM RETAMENTE NOS CAMINHOS DE DEUS PASSAM POR TRIBULAÇÕES:

A Bíblia nos fala do rei Ezequias como um rei piedoso. Ele foi rei em Judá, Reino do Sul. Começou a governar com 25 anos de idade (c.715 a.C) e por 29 anos reinou. Era filho do rei Acaz e foi pai do rei Manassés. Foi contemporâneo do Profeta Isaías e de Oséias, rei do Norte, quando esse reino foi levado cativo para a Assíria.
Como rei, procurou andar no caminho da retidão, conforme andara o Rei Davi.



"Dedicado seguidor de Deus, limpou o Templo e reabriu suas portas, reinstalou os sacerdotes e seus deveres; organizou uma orquestra para ajudar na adoração; destruiu os ídolos (inclusive a serpente de metal de Moisés, porque o povo a estava adorando); celebrou a páscoa e até convidou o povo do norte para partcicipar; construiu chafarizes públicos (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, p 504)".

O rei portava-se de maneira correta na presença de Deus, fazia a vontade de Deus e procedia com retidão nos seus atos diante do povo (Is 38.3).
Muitos foram os seus atos beneficos que resultaram em melhoramentos para o povo. Seu porte de vida, seu testemunho de temor ao Senhor Jeová eram vistos pelos seus subordinados. Não havia razão para ele temer alguma desgraça à nação de Judá, ao povo, à sua família ou mesmo à pessoa dele. Todas as coisas positivas de seu proceder perante Deus e o povo davam-lhe motivos a crer que seu reinado seria longo, seus súditos seriam abençoados e Deus ser-lhe-ia sempre propício e agradado.
Apesar de todas essas razões o rei ficou doente e, não uma doença qualquer, uma indisposição, uma dor de cabeça ou um resfriado. Não,  a doença era mortal, causava um grande desconforto e muitas preocupações quanto a recuperação.

A RESPOSTA IMEDIATA DE DEUS NEM SEMPRE É FAVORÁVEL

Certo dia Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal e, a mensagem de Deus a ele por intermédio do profeta Isaías foi: Prepara a tua casa, coloque-a em ordem,  porque certamente morrerás e não viverás - Is 38.1.

O rei Ezequias, provavelmente depois de buscar os recursos médicos e não obter resultados, enviou um emissário ao seu consultor que lhe assistia nos assuntos espirituais, o profeta Isaías. O profeta consultou ao Senhor e não obteve dele uma resposta agradável que gostaria de levar ao rei. A resposta de Jeová era muito desagradável do ponto de vista humano. Deus mandou o profeta transmitir a Ezequias uma mensagem dura e sem expectativa de abrandamento, uma ordem final e uma  mensagem de morte (Is 38.2). Certamente que o rei ao ver o profeta recobrou o ânimo e sua confiança em Jeová. esperava que Isaías tivesse uma mensagem de conforto, de estímulo para que recobrasse sua fé, porém o conteúdo da mensagem não era o esperado, mas o oposto. Creio que o rei quando ouviu esta nota temeu muito, desapareceu a cor de seu rosto, seu ânimo desfaleceu e as poucas forças que ainda lhe restavam esvaíram-se. Isaías transmitiu a mensagem de Deus e afastou-se da câmara real, da presença do rei e foi para sua casa. O rei sentiu-se no desamparo e solidão total, não tendo a ninguém mais a quem recorrer.

QUANDO TODA A ESPERANÇA DESVANECE AINDA HÁ UM QUEM RECORRER

Quando Ezequias ao ouvir o teor da mensagem desalentadora temeu muito, pois sempre confiara no Senhor, procurara andar retamente e estava com apenas 39 anos de idade. O rei ficou aflito e virou o seu rosto para a parede, chorou muito e clamou diretamente a Deus, pois do profeta nada mais poderia esperar. 
Certamente que o rei ao ver o profeta desaparecer teve um lampejo da realidade e concientizou-se de quão grave era a situação. Toda expectativa de cura e recuperação foi-se embora, desapareceu. Olhou para os lados e a ninguém mais ele viu a não ser uma porta fechada e uma parede muda. Uma parede sem expressão, uma parede morta, absoluta concreta, bruta. Uma parede sem janela para visualizar um fio de esperança. Quem entra num túnel sempre tem a esperança de ver uma luz à medida que vai andando, mas nem coisa semelhante a essa ele podia esperar de uma parede morta. Uma parede morta como a mensagem que recebera. Uma parede caiada como seria a sepultura que o esperava no dia seguinte. Quando Ezequias sentiu o sopro da morte, o desfalecer do futuro, a desolação tomou conta dele e a fé esvaíu-se como fumaça. Voltou-se para a parede muda, o coração derreteu-se e as lágrimas vieram aos olhos e ele chorou amargamente; chorou toda tristeza que lhe tomara conta; chorou a incapacidade humana de fazer alguma coisa; chorou sua miséria e fraqueza. Toda sua paixão, seus sonhos, seus projetos morriam agora. Uma coisa contudo não morria, a sua voz e clamor direto a Deus. Talvez até ali ele ainda não fizera uma oração sincera que parte de um coração quebrantado, consternado, humilhado, compungido. Talvez todas suas confissões e orações tinham sido feitas apoiadas no profeta. Certamente que agora ele estava aprendendo a orar, a orar de uma maneira extraordinária que ele nunca mais esqueceria (Is 37.14-20; 2 Rs 29.14-19). Virado para a parede o seu clamor se fez ouvir na presença de Deus que ouve sempre a um coração quebrantado.



"Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao SENHOR DEUS. E disse: Ah! Senhor, lembra-te, peço-te, de que andei diante de ti em verdade, e com o coração perfeito, e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou muitíssimo (Is 38.2,3)".


DEUS SEMPRE OUVE UMA ORAÇÃO SINCERA

A esta oração Deus ouviu. É claro que Deus se compadeceu do quebrantamento do rei adoecido e consternado. Imediatamente determinou que o profeta Isaías, que ainda não havia se afastado muito do palácio (ainda estavo no pátio), para que retornasse com urgência ao rei com uma nova mensagem, desta vez muito confortadora:

"Então, veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo: Vai e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR o DEUS de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentareis aos teus dias quinze anos (Is 38. 4, 5 )".

Deus sempre está pronto a ouvir a oração em que houver sinceridade daquele que a faz, seja para salvação, para perdão, de confissão, de cura de uma enfermidade ou solução de um problema, desde que isto esteja dentro de sua vontade  "Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiseredes e vos será feito - Jo 15.7; Mt 6.10".
Quando o crente permanecer em Cristo e as Palavras de Jesus permanecerem nele, ele só há de pedir o que estiver na vontade de Deus.
Com certeza a vontade de Deus em relação a Ezequias era curar a sua enfermidade pois ainda tinha muitos projetos para a vida dele (Is. 38.6), mas se o rei não tivesse se quebrantado, humilhado e orado com sinceridade certamente que a Palavra dita pelo profeta se cumpriria e ele morreria. 
Há uma falácia que muito tem se propagado no meio cristão de que aquele que tem promessas de Deus não morre. Existem muitas promessas que somente hão de se cumprir na eternidade (Lc 23.43; Jo 3.16, 36; Ap 21.4; 22.14). As promessas que são para essa vida também só serão válidas enquanto o crente permanecer fiel (Ez 33.13).


QUANDO DEUS ATENDE O QUEBRANTAMENTO E A ORAÇÃO PODE ALCANÇAR ATÉ AQUILO QUE NÃO FOI PEDIDO


O rei não pediu mais quinze anos de vida, e naquele momento não rogou que Deus fizesse um milagre e desbaratasse os exércitos de Senaqueribe, rei da Assíria que cercava os muros da cidade. Mas Deus compadeceu-se dele e acrescentou mais essas promessas:



".... eis que acrescentareis aos teus dias quinze anos. O SENHOR ainda disse a Ezequias: Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti, e a esta cidade; eu defenderei esta cidade  (Is 38. 5, 6 )".

Muitas vezes quando oramos por um objetivo específico Deus atende nossa oração e acrescenta aquilo que não pedimos, como parte de seu grande amor que nutre por nós. Até porque às vezes uma bênção está agregada à outra, coisa que nem pensávamos. Pedimos a Deus que nos livre de uma dor e Ele nos cura de uma enfermidade causadora da dor, o que não sabíamos. Assim é o nosso Deus. Extraordinário!


É HORA DE VIRAR-SE PARA A PAREDE


De uma maneira figurada às vezes precisamos virar nosso coração para a parede e chorar, quebarantarmos nossos sentimentos e amargamente chorar confessando nossos pecados, chorarmos nossas enfermidades e misérias espirituais. Dar meia volta em nossa caminhada e tomarmos outro rumo em nossas vidas. A parede está a nossa frente e parece uma barreira intransponível, sequer uma janela podemos contemplar. Então a luz de Deus nos ilumina e nos aponta a direção que devemos olhar, para cima. A parede está à frente a nos dizer "Você está numa rua sem saída, volte!". Deus nos aponta a direção e o caminho que devemos tomar, o caminho do arrependimento, o caminho da nova vida, o caminho do Novo Nascimento:

".... Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus- Jo 3.3".

"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra - 2 Cr 7.14".

João Q. Cavalheiro



  • Fonte: Imagem / http://rebeccalins.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html


quarta-feira, 21 de maio de 2014

VOCÊ SABE QUEM FOI FRIDA VINGREN?



Frida Vingren nasceu na Suécia em 1891 e faleceu na Suécia em 1940. Chegou ao Brasil em 1917, jovem, com os seus 26 anos, formada em Enfermagem. No mesmo ano em que chegou ao Pará, ela casou com Gunnar Vingren, fundador das Assembleias de Deus. Então, alguns sabem quem foi Frida Vingren porque ela foi esposa de Gunnar Vingren. Mas ela foi mais do que esposa, dona de casa, mãe de seis filhos. 

Alguns sabem quem foi Frida Vingren pelos seus belos hinos que constam da Harpa Cristã. Hinos como "Já achei uma flor gloriosa" (196), "Quem sua mão no arado já pôs" (394), "Se pelos vales eu peregrino vou andar" (515), “Bem-aventurado” (126). Mas ela foi compositora e tradutora de 35 hinos, alguns nem entraram na Harpa Cristã. Ela também foi poetisa, ela escreveu 9 poesias que estão publicadas. Ela também foi musicista (tocava órgão e violão).

Alguns sabem quem foi Frida Vingren por ela ter sido redatora dos primeiros jornais da Assembleia de Deus (Boa Semente e O Som Alegre) e do jornal Mensageiro da Paz. Mas ela realizou muito mais na área da literatura. Ela escreveu 20 reportagens, escreveu 48 artigos teológicos e doutrinários para a igreja AD nos seus primeiros anos - um dos seus maiores sonhos era ser escritora e ter livros publicados,mas não conseguiu.

http://dicionariomovimentopentecostal.blogspot.com.br/
Alguns sabem quem foi Frida Vingren por ela ter sido pregadora e evangelista. Mas ela foi também ensinadora da Palavra de Deus (foi ordenada bibelkvina – ensinadora de Bíblia – na Suécia) e comentarista da revista Lições Bíblicas para a Escola Dominical. Ela também dirigiu a Assembleia de Deus de Belém do Pará e de São Cristóvão. Alguns sabem quem foi Frida Vingren pelos assuntos polêmicos em torno do seu ministério na igreja ao lado do seu esposo missionário Gunnar Vingren.

Mas acima de tudo, Frida foi uma trabalhadora incansável na obra de Deus, apesar das graves enfermidades que ela sofreu com doenças tropicais. Uma vez ela contraiu malária e ficou doente durante 100 dias. Além das enfermidades de seu esposo Gunnar Vingren e de seus filhos. A filha caçula, Gunnvor, morreu pouco tempo antes de ela ir embora para a Suécia e ficou sepultada no Brasil.

Ela foi uma trabalhadora incansável na obra de Deus, apesar da oposição ao seu ministério mesmo entre os seus colegas de missão. Ela trabalhou no Brasil durante 16 anos.

Como foi esse relacionamento com os demais missionários e com os pastores brasileiros. Os detalhes estão em sua biografia.

O que aconteceu com ela depois que seu esposo morreu? O que ela fez? Qual era o seu projeto? Como foram os seus últimos anos na Suécia? Será mesmo que ela morreu como louca e indigente como se diz no Brasil? Tudo isso é respondido na biografia. Sem dúvida, Frida foi uma mulher à frente do seu tempo. Ela é uma referência, uma mulher-símbolo, um exemplo para todas mulheres cristãs.

Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal
Fonte: União dos Blogueiros Evangélicos: http://www.ubeblogs.net/2014/05/voce-realmente-sabe-quem-foi-frida-vingren-uma-mulher-crista-a-frente-do-seu-tempo-cpad-isael-araujo.htmlonte: 

terça-feira, 6 de maio de 2014

O pentecostalismo no Brasil



O pentecostalismo surgiu no Brasil em 1910, e hoje representa o maior segmento da comunidade evangélica. Até os anos 1950, os pentecostais não chamavam muito a atenção. Entretanto, sua extraordinária expansão, a crescente visibilidade nos meios de comunicação e seu envolvimento com a política fizeram do movimento objeto freqüente de estudo dos pesquisadores da religião.


O censo de 2000, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmou o significativo crescimento dos pentecostais no país nas últimas décadas. De acordo com os dados levantados, o número de evangélicos no Brasil chegou a 26 milhões de adeptos.

Em 1991, os pentecostais e neopentecostais eram 8,1 milhões. Em 2000, esse número subiu para 17,6 milhões, assim distribuídos: 
Assembléia de Deus com 8,4 milhões; 
Congregação Cristã no Brasil com 2,4 milhões; 
Igreja Universal do Reino de Deus com 2,1 milhões; 
Outras igrejas pentecostais com 1,8 milhão; 
Igreja do Evangelho Quadrangular com 1,3 milhão; 
Igreja Pentecostal Deus É Amor com 774,8 mil e 
O Brasil para Cristo com um milhão de membros.



Assembléia de Deus — AD



Maior denominação evangélica brasileira das últimas décadas, a Assembléia de Deus foi fundada por dois missionários suecos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, que vieram ao Brasil via Estados Unidos.


Gunnar Vingren recebeu o chamado de Deus para sua vida aos nove anos de idade. Em 1896, aos dezessete anos, passou por um processo de reconversão, depois de um período afastado da fé. Em junho de 1903, ele foi atingido pelo que ele denominou “febre dos Estados Unidos”. Depois de passar por outras cidades norte-americanas, foi a Chicago estudar no seminário teológico dos batistas suecos.


No verão de 1909, sentiu um forte desejo de receber o batismo com o Espírito Santo e com fogo. Depois de cinco dias de busca, numa conferência na Primeira Igreja Batista Sueca, em Chicago, ele recebeu o que buscava. Ao pregar o batismo do Espírito Santo em sua igreja, esta ficou dividida e Vingren foi obrigado a deixar o pastorado da igreja.

Vingren foi para uma igreja em Indiana, onde foi influenciado por Adolfo Ulldin, um fiel que tinha visões, falava pelo dom de profecia e revelou vários segredos sobre o futuro de Vingren. Ele conta que foi por meio desse irmão que o Espírito Santo lhe disse para ir ao Pará, onde pregaria o evangelho para um povo muito humilde. Foi preciso ir a uma biblioteca para descobrir que o Pará fica no norte do Brasil.

Nesse momento, Vingren já havia conhecido Daniel Berg, seu futuro companheiro de missões, pois também ele recebera o chamado para vir ao Brasil, e ambos prepararam-se para a viagem.
No Brasil, foram recebidos por uma igreja batista. Assim que aprenderam um pouco da língua, começaram a evangelizar e a disseminar a doutrina pentecostal, principalmente o batismo no Espírito Santo com o falar em línguas.

A pregação de Vingren e Berg encontrou receptividade por parte de alguns e resistência por parte de outros. Entre os dezenove membros da igreja batista que creram na nova doutrina estava Celina de Albuquerque, considerada a primeira pessoa em solo brasileiro a receber a experiência pentecostal. Em junho de 1911, eles deixaram a igreja batista e fundaram uma igreja denominada Missão de Fé Apostólica.

Fachada do Primeiro Templo

Os assembleianos dividiram sua história em quatro períodos. O primeiro período vai de 1911 até 1924, tendo como fatos principais a aquisição do primeiro templo, a publicação do primeiro periódico pentecostal brasileiro, denominado Voz da verdade, e o início do trabalho missionário da denominação, com o envio de José de Matos a Portugal, em meados de 1913.

O segundo período vai de 1924 a 1930 e destaca o crescimento da igreja em todo o estado do Pará. Nessa época, foram instituídos o diaconato e o presbiterato na denominação. O terceiro período vai de 1930 até 1950 e destaca a colaboração da igreja do Pará com as construções de templos nas cidades de São Luís (MA), Manaus (AM), Teresina (PI) e Porto Velho (RO).
Interior do 1º Templo
O quarto e último período vai de 1950 até os dias atuais, quando acontece uma expansão ainda maior da denominação. Em 1961, o movimento pentecostal brasileiro já contava com um milhão de membros.



Pesquisa, adaptações e comentários adicionais:
João Q. Cavalheiro

Lições Bíblicas da EBD, CPAD/RJ, 2º Trim/2007, pp 71-77.
http://www.ibmac.com                                                                  

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A origem do pentecostalismo atual





William Seymour
Foi em Topeka, Kansas (EUA), que surgiu o movimento pentecostal como é conhecido hoje. O pregador Charles Parham começou, em 1900, uma escola bíblica denominada Betel. Parham reuniu cerca de nove alunos para que estudassem juntos e sem o auxílio de nenhum livro além da Bíblia o tema do batismo no Espírito Santo.


Parham e seus alunos tinham uma certa ligação com o “movimento da santidade”, um grupo que tentava preservar os ensinos peculiares do metodismo de João Wesley, como a perfeição cristã e a inteira santificação. O grupo liderado por Parham buscava evidências ou prova bíblica para o batismo no Espírito Santo.

Chegaram, então, à conclusão de que a única certeza e sinal escriturístico para o batismo com o Espírito Santo era o falar em línguas. No dia 1°. de janeiro de 1901, um moço estudante estava orando durante a noite, quando experimentou de repente a paz e a alegria de Cristo, começando a louvar a Deus em línguas. Dentro de alguns dias, toda a comunidade recebera o batismo com o Espírito Santo dessa maneira e surgiu o moderno movimento pentecostal. Essa experiência, acompanhada por poderosos ministérios de conversões, curas, profecias etc., se espalhou pelo Texas e (em 1906) alcançou Los Angeles, onde cresceu substancialmente, passando para Chicago, Nova York, Londres e Escandinávia em meados de 1915.


Um aluno de Parham, chamado William Seymour, (foto) foi convidado a pregar em Los Angeles. As reuniões daquele pregador negro começaram a crescer. Suas pregações atraíam muita gente, e o fenômeno do batismo no Espírito Santo continuou a acontecer em grande escala. A experiência era sempre acompanhada de manifestações de línguas, profecias e orações em voz alta, que ocorriam junto com cânticos espirituais. Seymour
era filho de ex-escravos e, apesar do contexto social extremamente hostil aos negros, ele continuou a ensinar:

Apesar das constantes humilhações, desenvolveu uma espiritualidade que resultou, em 1906, num avivamento em Los Angeles.

A maioria dos historiadores pentecostais crê ter sido esse avivamento o berço do pentecostalismo. As raízes da espiritualidade de Seymour jazem em seu passado. Ele afirmou suas raízes negras ao introduzir, na liturgia, os negro spirituals e a música negra numa época em que essa música era considerada inferior e imprópria à adoração cristã. Ao mesmo tempo, ele viveu firmemente o que compreendia ser o Pentecostes. Para ele, o Pentecostes significava mais que falar em línguas. Significava amar a despeito do ódio — vencendo o ódio de uma nação inteira ao demonstrar que o Pentecostes é algo muito diferente do estilo de vida americano de sucesso.

No avivamento de 1906, em Los Angeles, bispos brancos e trabalhadores negros, homens e mulheres, asiáticos e mexicanos, professores brancos e lavadeiras negras, todos eram iguais. A imprensa religiosa e a secular acompanhava todos os detalhes. Sem conseguir entender o que se passava, preferiram ridicularizar, atacando Seymour: “pode vir algo bom de um autodenominado profeta negro?”.

As principais denominações também criticaram o emergente movimento pentecostal, desprezando seus seguidores devido à origem negra e humilde. Pressões sociais surgiram, tentando discriminar suas igrejas entre as organizações negras e brancas, como outras igrejas já vinham fazendo.

Tudo isso, porém, não conseguiu impedir o crescimento do pentecostalismo. De Los Angeles, o movimento espalhou-se por muitas cidades norte-americanas e depois pelo mundo todo. Nos Estados Unidos, Chicago desenvolveria um importante papel na exportação do fenômeno pentecostal para o Brasil. A cidade tornou-se uma rota missionária para três pregadores que lançariam as bases para o movimento pentecostal em solo brasileiro: Louis Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil), Daniel Berg e Gunnar Vingren (fundadores da Assembléia de Deus).


Muitas igrejas foram formadas, sendo a Assembléia de Deus a maior delas. Mais tarde, o pentecostalismo tornou-se fator importante para a formação de outro grupo na América do Norte, que também alcançaria proporções mundiais, e que seria conhecido como “movimento carismático”. Com ênfase no batismo do Espírito Santo e na glossolalia, esse movimento passaria a existir em quase todas as denominações evangélicas tradicionais, preparando o caminho para o futuro movimento neopentecostal.

Pesquisa, adaptações e comentários adicionais:
João Q. Cavalheiro

Lições Bíblicas da EBD, CPAD/RJ, 2º Trim/2007, pp 71-77.
http://www.ibmac.com                                                                  

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