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domingo, 31 de agosto de 2014

SÍMBOLOGIA BÍBLICA (em ordem alfabética)




 

       A linguagem simbólica oferece muita dificuldade no estudo das Escrituras. Porém, ainda que tenhamos de nos limitarmos à explicação defeituosa de algumas palavras, cremos que ganharemos algo familiarizando-nos com as seguintes:

A

Abelha, símbolo dos reis da Assíria (Is 7.18), os quais em seus escritos profanos (hieróglifos)também são representados por esta figura; às vezes simboliza também, de um modo geral, um poder invasor e cruel (Dt 1.44; Sl 118.12).

Adultério:, infidelidade, infração do pacto estabelecido e conseqüente símbolo da idolatria, especialmente entre o povo que tem conhecido a verdade (Jr 3.8,9; Ez 23.27; Ap 2.22)

Águia, poder, vista penetrante, movimento no sentido mais elevado (Dt 32.11,12)
Alfarroba, palha, nulidade, juízo do mal.
Âncora, esperança (Hb 6.19).
Arca, Cristo (I Pe 3.20,21; Hb 11.17).
Arco, símbolo de batalha e de vitória (Ap 6.2); às vezes também de engano, porquanto se pode quebrar ou atirar o falso (Os 7.16; Jr 9.3).
Árvores, as altas, símbolo de governantes (Ez 31.5-9); as baixas, símbolo do povo comum(Ap 7.1; 8.7).
Azeite, fortaleza pela unção, daí a vida e força que infunde o Espírito de Deus (Tg 5.14).
Azul, o celeste céu (Et 8.15).

B

Babilônia, símbolo de um poder idólatra que persegue as igrejas de Cristo, referindo-se de um modo particular ao poder romano, pagão e papal (Is 47.12; Ap 17.13; 18.24).
Balança, símbolo de trato íntegro e justo (Jó 31.6) Tratando-se da compra de víveres, simboliza a escassez  (Lv 26.26; Ez 4.16; Ap 6.5).
Berilo, prosperidade, magnificência (Ez 1.16; 28.13).
Besta, símbolo de um poder tirano e usurpador, porém às vezes só de um poder temporal qualquer (Dn 7.13,17; Ez 34.28).
Bode, veja macho caprino.
Boi, submissão.
Bosque, símbolo de cidade ou reino, representando suas árvores altas os regentes ou governadores (Is 10.17; 32.19;; Jr 21.14; Ez 20.46).
Braço, símbolo de força e poder; braço nu e estendido significa o poder em exercício (Sl 10.15; Is 52.10; Sl 98.1; Ex 6.6).

C

Cabras, símbolo dos maus em geral (Mt 25.32,33).
Cadeia, escravidão (Mr 5.4).
Calcedônia, pureza.
Cálice, símbolo de luxúria provocante (Ap 17.1), também de ritos idólatras (I Co 10.21) e  também de porção que cabe a alguém (Ap 14.10; 19.6).
Cana, fragilidade humana (Mt 12.20).
Cão, símbolo de impureza e apostasia (Pv 26.11; Fl 3.2; Ap 22.15; também de vigilância (Is 56.10).
Carneiro, símbolo dos reis em geral e especialmente do rei persa (Dn 8.3-7,20).
Carro, símbolo de governo ou proteção ( II Rs 2.12).  Crê-se que Isaías 21.7 se refere a Ciro e Dario, e Zacarias 6.1 a quatro grande monarquias, enquanto os carros de Deus no Salmo 68.17 e Isaías 66.15 designam as hostes do céu.
Casamento, símbolo de união e fidelidade no pacto ou aliança com Deus e por conseguinte da perfeição (Is 54.1-6; Ap 19.7; Ef 5.23-32).
Cavalo, símbolo de equipamento de guerra e de conquista (Zc 10.3); símbolo também da rapidez Jl 2.4); ir a cavalo ou “subir sobre as alturas”, designa domínio (Dt 32.13; Is 58.14).
Cedro, força, perpetuidade (Sl 104.16).
Cegueira, incredulidade (Rm 11.25).
Céu e terra, usas-se esta expressão num triplo sentido: 1º - Invisível e moral; 2º - visível e literal; 3º - político. Usando-se em sentido político, céu simboliza os regentes, terra o povo, os dois juntos formando um reino ou um estado. (Is 51.15,16; 65.17; Jr 4.23,24; Mt 24.29). Cair do céu é perder a dignidade ou autoridade; céu aberto indica uma nova ordem no mundo político; uma porta aberta no céu indica o princípio de um novo governo (Há 2.6-22). O sol a lua e as estrelas simbolizam as autoridades superiores e secundárias (Is 24.21,23; Jl 2.10; Ap 12.1).
Chave, símbolo de autoridade, do direito de abrir e fechar (Is 22.22; Ap 1.18; 3.7; 20.1)
Chuva, influência divina (Tg 5.7).
Cinturão, apertado, pronto para o serviço; frouxo, repouso.
Cinzas, tristeza, arrependimento (Jó 42.6; Dn 9.3).
Cobre, (metal, bronze), símbolo de endurecimento (Is 48.4; Jr 6.28); também de força e firmeza (Sl 107.16).
Comer, símbolo de meditação e participação da verdade (Is 55.1,21); símbolo também dos resultados de conduta observada no passado (Ez 18.2); símbolo ainda de destruição da felicidade ou propriedade de alguma pessoa ( Ap 17.16; Sl 27.2).
Cores
preto, símbolo de angústia e aflição (Jó 30.30; Ap 6.5-12); 
amarelado, símbolo de enfermidade mortal (ap 6.8); 
vermelho, de derramamento de sangue ou de vitória (Zc 6.2; Ap 12.3, ou do que não se pode apagar (Is 1.18); 
branco, de formosura e santidade (Ec 9.8; Ap 3.4); branco resplandecente era a cor real e sacerdotal entre os judeus.

Corno, símbolo de poder (Dt 33.17; I Rs 22.11; Mq 4.13; símbolo também de dignidade real (Dn 8.9; Ap 13.1). Os cornos do altar constituíam um refúgio seguro (Ex 21.14).
Crisólito, glória manifesta.
Crisópraso, paz que sobre puja todo entendimento (Ap 21.20).
Crocodilo ou dragão, símbolo do Egito, e em geral de todo o poder anticristão (Is 27.1; 51.9; Ez 29.3; Ap 12.3; 13.1).
Cruz, sacrifício (Cl 2.14).

D

Dez, simboliza a plenitude, ou completo (Mt 18.24).

E

Egito, símbolo de um poder orgulhoso e perseguidor, como Roma (Ap 11.8).
Embriaguez, símbolo de loucura do pecado (Jr 51.7; e da estupidez produzida pelos juízos divinos (Is 29.9).
Enxofre, símbolo de tormentos (Jó 18.5; Sl 9.6; Ap 14.10,; 20.10).
Escarlata, sendo cor de sangue, a vida (Is 1.18.
Esmeralda, esperança.
Espinhos, abrolhos e roseiras bravas, más influências.

F

Ferro, severidade (Ap. 2.27).
Filha, povoação, como se esta fora mãe.
Fogo, símbolo da Palavra de Deus (Jr  23.29; Há 3.5); símbolo também de destruição (Is 42.25; Zc 13.9; de purificação (Ml 3.2); de perseguição (I Pe 1.7); de castigo e sofrimento (Mr 9.44).
Fronte, denota, segundo a inscrição ou sinal que leva, um sacerdote (Lv 8.9).; um servo ou um soldado (Ap 22.4). Os servidores dos ídolos levavam igualmente, como hoje, um sinal, um nome ou número em sua testa (Ap 13.16).
Fruto, manifestações das atividades da vida (Mt 7.16).

H

Harpa, símbolo de gozo e de louvor (Sl 49.4; 33.2; II Cron 20.28; Is 30.32; Ap 14.1,2).
Hissopo, purificação (Sl 51.7).

I

Incenso, Símbolo de oração (queimava-se com fogo tomado do altar dos perfumes (Sl 141.2; Ap 8.4; Ml 1.11).

J

Jacinto e Ametista, promessas de glórias futuras.
Jaspe, paixão, sofrimento.

L

Lâmpada (candelabro), símbolo de luz, gozo, verdade e governo (Ap 2.5). Em I reis 11.36, indica-se com a existência da  “lâmpada sempre”, que a Davi nunca faltará sucessor (Sl 132.17).
Leão, símbolo de um poder enérgico e dominador (II Rs 23.33; Amós 3.8; Dn 7.4; Ap 5.5).
Leopardo (tigre), símbolo de um inimigo cruel e enganoso ( Ap 13.2; Dn 7.6; Is 11.6; Jr 5.6; Hb 1.8).
Lepra, pecado asqueroso (Is 1.6).
lírio, formosura, pureza.
Livro
o livro do testemunho entregue ao rei simbolizava a inauguração do reino (II Re 11.2); 
um livro escrito por dentro e por fora, símbolo de uma longa série de acontecimentos; 
um livro selado, símbolo de segredos; 
comer um livro, símbolo de um estudo sério e profundo (Jr 15.16; Ap 10.9); 
o livro de vida, memória em que estão os redimidos (Ed 2.62; Ap 3.5)); 
um livro aberto, símbolo do princípio de um juízo (Ap 20.12).
Luz, conhecimento, gozo ( Jo 12.35).

M

Macho caprino (bode), símbolo dos reis macedônios, especialmente de Alexandre (Dn 8.5-7).
Mãe, símbolo do produtor de alguma coisa (Ap 17.5), como por exemplo de uma cidade cujos habitantes se chamam seus filhos (II Sm 20.19, Is 49.23); de uma cidade central, cujos povoados satélites se consideram suas filhas (Is 50.1; Os 2.2,5); símbolo também da Igreja do Novo Testamento (Gl 4.26).
Maná, símbolo de alimento espiritual e imortal (ap 2.17;  veja-se Êxodo 16.33,34).
Mãos, símbolo de atividade. Daí “mãos limpas”, “mãos cheias de sangue” indicam feitos correspondentes, puros ou sangrentos (I Tm 2.8; Is 1.15). Lavar as mãos, significa expiação de culpa (I Co 6.11; I Tm 2.8). Mão direita, símbolo de posto de honra (Mc 16.19)> dar as destras, símbolo de participação de direitos e bênçãos. (Gl 2.9). dar a mão, equivale a render-se. (Sl 68.31; II Cr 30.8). Levantar a destra, era sinal de juramento (Gn 14.22; Dn 12.17). Marcas nas mãos, símbolo de servidão e idolatria (Zc 13.6). As mãos postas sobre a cabeça de alguém, símbolo de transmissão de bênçao, de autoridade ou de culpa (Gn 48.14-20; Dn 10.10). Mãos de Deus, postas sobre um profeta, indica influência espiritual (I Rs 18.46; Ez 1.3; 3.220;  o dedo  indica influência menor; o braço, influência maior.
Medir (partir, dividir), símbolo de conquista e possessão (Is 53.12; Zc 2.2; Am 7.17).
Montanha, símbolo de grandeza e estabilidade (Is 2.2; Dn 2.35).
Morte, separação, separação de Deus, insensibilidade espiritual (Gl 3.3; Rm 5.6; Mt 8.22; Ap 3.1).

O

Olhos, símbolo de conhecimento, também de glória, de fidelidade (ZC 4.10), e de governo (Nm 10.31) Olho maligno significa inveja. Olho bom, liberalidade e misericórdia.
Ouro, realeza e poder (Gn 41.42).

P

Palmeira, palmas, realeza, vitória, prosperidade.
Pão, pão da vida, Cristo; alimento; meio de subsistência espiritual (Jo 6.35).
Pedras preciosas, símbolo de magnificência e formosura (Ap 4.3,21; Ex 28.17; Ez 28.13).
Peixes, símbolo de governadores das gentes (Ez 29.4,5; Há 1.14).
, fragilidade do homem (Ec 3.20; Jó 30.19).
Pomba, influência suave e benigna do Espírito de Deus (mt 3.16).
Porco,  impureza e gula (Mt 7.6).
Porta, sede do poder; poder (Jo 10.9).
Primogênitos, estes tinham autoridade sobre seus irmãos menores; eram os sacerdotes da família, e consagrando-se a Deus, santificavam sua família por esta consagração; cabia-lhes porção dobrada na herança. Simbolizam de certo modo a Cristo (Gn 20.37; Ex 24.5; 13.1,13; Dt 21.17; Hb 2.10,11; 3.1; Cl 1.12).
Púrpura, o real, o romano (Dn 5.7; Ap 17.4).

Q

Querubins, símbolo, crêem alguns, da glória soberana de Deus; no Apocalipse, dos redimidos; segundo outros, das perfeições de Deus, manifestas sob suas diversas formas (Veja-se Gn 3.24; Ex 25.15,22; 37.7,9; Lv 16.2; Nm 7.8,9; Irs 6.23; 8.7; IICr 3.10,13; Ez 1.10).

R

Ramos, ou rebentos, símbolo de filho ou descendente.
Raposa, engano, astúcia (Lc 13.22).
Rãs, símbolo de inimigos imundos e impudicos (Ap 16.13).
Rocha, fortaleza, abrigo, refúgio.

S

Safira, verdade.
Sal, conservação, incorrupção, permanência.
Sangue, vida (Gn 9.4).
Sardônica, amor, ternura, pena, purificação.
Sega, época da destruição (Jr 5.33; Is 17.5;Ap 14.14-18). A sega (messe) é também símbolo do campo para os trabalhos da igreja (Mt 9.37).
Sete, número pelo assim dizer, divino; a soma de três que simboliza a trindade e quatro que simboliza o Reino de Deus na Terra, e portanto a união do infinito e o finito. O Deus-Homem por exemplo, se representa pelos sete candelabros de ouro. Este número ocorre com muita freqüência na (Ap 4.5).

T

Terremoto, símbolo de agitação violenta no mundo político e social (jl 2.10; Ag 2.21; Ap 6.12).
Topázio, alegria do senhor.
Touro (novilho), símbolo de um inimigo forte e furioso (Sl 22.12; Ez 39.18). Novilhos indicam o povo comum, e os estábulos, casas e povoações (jr 50.27).
Trombeta, sinal precursor de acontecimentos importantes (Ap 6.6).

U

Urso, símbolo de um inimigo cegado, feroz e temerário (Pv 17.12; Is 11.7; Ap 13.2).
Uvas, as maduras, símbolo de gente madura para o castigo (Ap 14.18); as recolhidas, símbolo de gente levada em cativeiro (Jr 52.28-32).

V

Vento, impetuosos, símbolo de conturbação; detido, símbolo de tranqüilidade (Ap 7.1; Jr 25.31,33).
Vestiduras, denotam qualidade interiores e morais; vestiduras brancas, símbolo de pureza, de santidade e de felicidade (Is 52.1; Ap 3.4; ZC 3.3). dar as vestiduras a alguém era sinal de favor e amizade (I Sm 17.38).
Véu, do templo, corpo de Cristo (Hb 10.20).
Vinha, símbolo de grande fecundidade; vindima, símbolo de destruição (Jr 2.21; Os 14.7; Ap 14.18,19).
Virgens, símbolo de servos fiéis que não se mancharam com a idolatria (Ap 14.4).

            Lembramos que só se deve fazer o uso destas interpretações no caso de usar-se as palavras aclaradas em sentido simbólico.
Já publicado em 26.09.2012

PS. Caso o leitor tenha outras informações sobre a simbologia bíblica, poderá enriquecer estas informações postando seu comentário, fornecendo também as fontes e nós estaremos acrescentando a esta postagem. Desde já somos agradecidos!

                                                                                                     Por: João Quinteiro Cavalheiro


Fontes: Princípios de Hermenêutica, EETAD, 1989;  Hermenêutica, Editora Vida, 1968/1999.

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