Antes, eu pensava em banheira quente como algo reservado a
hedonistas em Hollywood, e sibaritas em San Francisco; agora sei que, sob
certas circunstâncias, a banheira quente é o símbolo perfeito da rota moderna
da religião. A experiência da banheira quente é voluptuosa, relaxante,
lânguida, — não de um modo exigente, seja intelectualmente ou de outra forma,
mas muito, muito agradável, a ponto de ser excelente diversão. Muita gente hoje
quer que o cristianismo seja assim, trabalham para que o seja. O último passo,
claro, seria tirar os assentos da igreja e, em seu lugar, instalar banheiras
quentes, então não mais haveria qualquer problema com a frequência.
Entrementes, muitas igrejas, evangelistas, e pregadores eletrônicos já estão
oferecendo ocasiões que, sentimos, são a coisa mais próxima da banheira quente
— a saber: reuniões alegres e livres de cuidados, momentos de real diversão
para todos, [...] Esta espécie de religião projeta a felicidade na forma de um
bem-vindo caloroso a todos quantos sintonizam ou vêm visitar; um coro aquecido
com uma música sentimental balançante; o uso de palavras ardentes e
massageadoras em orações e pregações; e um arrebol vespertino cálido e animado
(outro toque da banheira quente). À indagação, ‘Onde está Deus’, a resposta que
estas ocasiões geralmente projetam, não importa o que seja dito, é: ‘No bolso
do pregador’. Calmamente, certamente, mas... isto é fé? Adoração? Culto a Deus?
É religiosidade o nome verdadeiro deste jogo? [...]
Os sintomas da religião banheira quente, hoje, incluem um índice
fragorosamente crescente de divórcio entre os cristãos; tolerância largamente
difundida das aberrações sexuais; um sobrenaturalismo, que busca sinais,
maravilhas, visões, profecias e milagres; xaropes calmantes, de pregadores
eletrônicos e de púlpitos liberais; sentimentalismo anti-intelectual e ‘picos’
emocionais deliberadamente cultivados, o equivalente cristão da maconha e da
cocaína; e uma fácil e irrefletida aceitação da luxúria no viver diário. Esta
não é uma tendência saudável. Ela faz a Igreja parecer-se com o mundo, levada
pelo mesmo apetite desarrazoado pelo prazer temperado com magia. Desta forma,
eles minam a credibilidade do evangelho da nova vida. Se esta tendência for
revertida, uma nova organização de referência terá de ser estabelecida. Para
esta tarefa, portanto, movemo-nos agora para onde as Escrituras nos guiam”
(PACKER, J. I. O Plano de Deus Para Você. 1 ed., RJ: CPAD,
2004, pp.54,68,69).
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