SUBSÍDIOS À:
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
Lição 12 do 4º Trimestre de 2011
As Consequências do Jugo Desigual
18 de Dezembro de 2011
Texto Áureo
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis, porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas" (2 Co 6. 14).
Verdade Prática
O casamento não é um mero contrato social, mas uma instituição divina que tem de ser levada a sério e firmada de acordo com a Palavra de Deus.
Leitura Bíblica em Classe
Ne 13. 23 - 29.
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conscientizar-se de que o casamento é uma instituição divina.
-Compreender que Deus não aprova o casamento misto.
-Entender que o jugo desigual acarreta pesadas consequências.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O casamento é uma instituição divina, constituída no principio, antes da formação da sociedade humana. O criador fez o homem e dele tirou a mulher, e ordenou o casamento condição indispensável para perpetuar a raça humana (Gn 1.27,28). Deus implantou no homem desejos e afetos que se estenderam a todas as criaturas humanas, fez do casamento uma influência nobilitante, que poderosamente contribui para o desenvolvimento de uma existência completa no homem e na mulher. Declarou que não era bom que o homem estivesse só, e deparou-lhe uma adjutora igual a ele (Gn 2.18). A abstinência do casamento somente é recomendável em casos especiais (Mt 19.12; 1Co 7.8,26) e constitui um desvio essencial à vida piedosa (1Tm 4.3).
I. O CASAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO
1. A natureza do casamento
A monogamia é o ideal divino. O Criador instituiu o matrimônio com a união de um homem e uma mulher (Gn 2.18-24; Mt 19.5; 1Co 6.6). O número de homens e de mulheres é praticamente igual em uma nação. O casamento estabelece relações permanentes (Mt 19.6). O Eterno indiciou a permanência destas relações, fazendo com que os afetos entre o marido e a mulher, cresçam na proporção dos anos que passam, processo muito natural, em condições normais. Os fins morais exigem que estas relações sejam permanentes. A fidelidade do marido e da mulher no cumprimento de seus deveres, intimamente ligados à suas recíprocas relações e a criação dos filhos no principio da obediência e da virtude, são indispensáveis para se atingirem os fins morais do matrimônio.
Como o casamento tem como missão primária a constituição da família e a geração natural de filhos, Deus não recomendou a união pela instituição do casamento de duas pessoas do mesmo sexo, antes condenou como abominação tal prática.
Entre os antediluvianos Adão, Caim, Noé e os três filhos deste, cada um tinha a sua mulher, mas a poligamia já era praticada. Lameque teve duas mulheres (Gn 4.19). A pureza do matrimônio foi-se enfraquecendo pela conduta de homens, que se deixavam governar por baixos motivos na escolha de suas esposas (Gn 6.12).
Deus não instituiu nem aprovou a poligamia pois criou uma só mulher para o homem. Se aprovasse a poligamia, teria criado duas ou mais mulheres para Adão, o que não fez. O primeiro casamento é o único caso que Jesus cita para ensinar sobre o matrimonio e o divórcio. Isto é, o matrimonio deve se manter intato. Ninguém deve separar os dois. Por que? Porque foi DEUS quem fez o matrimonio. Os dois, (não três), são uma só carne. A presença de um terceiro seria uma separação dos dois, a dissolução da família original!
2. Casamentos proibidos
“e que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos“(Ne 10:30). O casamento misto pode produzir conflitos conjugais, desmoronamento do lar, bem como uma educação deficiente dos filhos (Ne 13:23-29). Ao tirar Israel do Egito, Deus ordenou-lhe, de modo claro e veemente, que não se misturasse com outros povos (cf Ex 34:12,16).
O chamado casamento misto é a união entre o que professa a Deus como Mestre e Senhor com alguém que não comunga a mesma fé. Em toda a história do povo escolhido por Deus para servi-lo, vê-se a orientação clara para não tomarem esposas de outros povos (houve raras exceções), os casamentos deviam ser restritos aos da mesma raça.
Aplicando aos nossos dias, nos quais, o povo escolhido para servir ao Senhor não está restrito a uma raça especificamente, mas, a sua condição de seguidor ou não dos princípios Divinos ditados pela Bíblia e manifestação do Espírito Santo; é inconcebível que haja nos corações de alguns o desejo de formar uma família, sendo ele ou ela descrente. Podem até constituí-la, mas, cientes que estão destituídos das bênçãos do Senhor. É a dureza de coração!
Melhor é ouvir o ensinamento do Senhor, honrá-lo com a obediência e temor.
A Bíblia contém um número impressionante de advertências contra o casamento denominado misto, estas recomendações iniciam-se em Deuteronômio e estende-se até os dias do Apóstolo Paulo, este fez questão de frisar o infortúnio desta união.
Em Israel, o casamento acontecia com aqueles que eram da família imediata. Uma razão para isso acontecer, era para que o casal tivesse a mesma crença. Mas é lógico que se a pessoa tivesse o parentesco muito próximo, aí seria considerado incesto. Deus deu então regras ao povo para desencorajar as pessoas a se casarem com pessoas com o parentesco muito próximo ou mesmo muito distante. Casamentos entre primos, tais como Isaque e Rebeca eram comuns. Esse tipo de casamento nunca foi condenado nas Escrituras.
II. O CASAMENTO MISTO NO TEMPO DE NEEMIAS
1. A constatação do erro
"Nessa época, descobri também que muitos judeus haviam casado com mulheres de Asdode, de Amom e de Moabe. Metade dos seus filhos falava a língua de Asdode ou outra língua e não sabia falar a língua dos judeus. Eu repreendi aqueles homens e os amaldiçoei; bati neles e arranquei os seus cabelos. E exigi em nome de Deus que fizessem a promessa de que nunca mais nem eles nem os seus filhos casariam com estrangeiras. Eu disse a eles: —Foram mulheres estrangeiras que fizeram o rei Salomão pecar. Ele era mais famoso do que todos os reis das outras nações. Deus o amou e o pôs como rei de todo o povo de Israel, e no entanto ele caiu nesse pecado. Será que nós vamos seguir o exemplo dele e desobedecer ao nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras?” (Ne 13.23-27).
Os casamentos mistos foram tão sérios em Israel que até filhos de sacerdotes se casaram com mulheres estrangeiras (Ed 10:18; cf Ne 13:28). Isto quase atingiu fatalmente o coração da religião judaica. Um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, casou-se com uma filha de Sambalate, o grande inimigo dos judeus, sendo expulso do Templo (13:28). Havia regulamentos especiais que governavam o casamento dos sacerdotes (Lv 21:6-8,13,14; Dt 23:8-11). O casamento é considerado um pacto entre duas pessoas e Deus (Pv 2:17; Ml 2:14). Assim, o casamento misto corrói a própria base do casamento. O lar deve ser a base da sociedade, a estrutura sobre a qual uma nação se constrói.
2. As consequências do casamento misto
o casamento misto sempre foi um problema na história do povo de Deus. O dilúvio foi provocado, quando os filhos de Deus se casaram com as filhas dos homens, ou seja, quando houve casamentos entre aqueles que serviam a Deus com aqueles que não O serviam (Gn 6:1-3). Mais tarde, quando o povo de Israel entrou na Terra Prometida, o casamento misto foi uma das causas da apostasia espiritual da nação, desaguando no cativeiro babilônico (Êx 34:16). O motivo, portanto, para proibirem o casamento misto não era racial, mas espiritual. A questão não era preconceito racial, mas pureza doutrinária. A mistura de credos levaria ao afrouxamento das relações com Deus. Esdras (Ed 9:1-3), Neemias (13:23- 29) e Malaquias (Ml 2:10-16) confrontaram esse problema de forma firme depois do cativeiro babilônico.
Portanto, o princípio espiritual tratado aqui é lealdade a Deus. Essas uniões mistas com estrangeiros pagãos eram condenadas pela lei (Ex 34:12-16; Dt 7:3; Ed 9:12,14), mas era permitida quando o estrangeiro era convertido a Deus. Rute, por exemplo, sendo moabita, casou-se com Boaz e tornou-se membro da família genealógica do Messias.
Muitos casamentos mistos eram feitos também por vantagens financeiras. A ascensão social era uma tentação naqueles dias difíceis e o casamento misto oferecia uma escada atraente. No tempo de Neemias era um meio de subir socialmente. Em nossos dias as coisas também se parecem com o que acontecia naqueles dias. Há muitos casamentos por conveniências sociais, financeiras e até mesmo políticas.
Não sabemos o motivo dos casamentos mistos terem sido tão frequentes na ocasião do exílio, mas sabemos que Deus se desagradara deles, e que exigia uma mudança urgente daquela situação. Neemias relata que houve consenso entre os filhos de Israel, de não entregarem suas filhas para os povos da terra, nem desses povos tomarem esposas para seus filhos(Ne 10:30). Deve ter sido uma situação muito difícil para aqueles homens, pois haviam se aparentado com estrangeiros há bastante tempo. Não é fácil cortar laços familiares antigos, mas Deus o exigiu, a fim de que o povo pudesse ser abençoado e cumprisse os mandamentos do Senhor.
III. RESPONSABILIDADE MINISTERIAL ACERCA DO CASAMENTO
1. O jugo desigual
Jugo é o objeto de ligação, que tem como propósito unir e conjugar os esforços de dois animais da mesma espécie, num determinado sentido, com o propósito principal de levarem uma carga.
Este termo, também é utilizado de forma figurada, para descrever os laços de amor, a união, comunhão entre um casal, uma sociedade, as amizades.
Na prática o que se espera desses animais, é que ambos conjuguem esforços numa mesma e determinada direção, orientados por seu proprietário (uma figura de Deus). Que eles sejam compatíveis no seu trabalho, tenham um mesmo procedimento, possuam uma mesma natureza, sem a qual será impossível realizar a tarefa a que estão destinados.
Entre as diversas formas com que Deus pode ser esquecido como único e verdadeiro Deus é justamente quando um de seus filhos ou filhas resolve se unir com quem não é filho dEle. Esse tipo de convivência tende a suprimir a fé de um dos cônjuges, e afastá-lo de suas crenças e culto. Essa é uma forma de se negar a Deus, e começa justamente pelos sentimentos que uma crente nutre por um, ou uma, não-crente. Deus pode parecer radical para algumas pessoas hoje, mas Deus deixa claro o motivo: “pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses”. Portanto, Deus, em sua sabedoria, determinou que o povo fosse preservado em sua fé também a partir do matrimônio.
2. As consequências do jugo desigual
Os jovens precisam se acautelar nessa área vital da vida. Creio que todo jovem crente precisa observar alguns aspectos antes de dizer sim no altar. A pessoa com quem vai se casar já nasceu de novo? É uma pessoa que tem caráter aprovado? Ela possui valores familiares sólidos? É uma pessoa que respeita os pais? Ela respeita você? Essa pessoa ama você e demonstra isso em palavras e atitudes? Seus pais apóiam esse relacionamento? As pessoas que acompanham você testificam positivamente acerca desse relacionamento?
Com respeito ao casamento misto há três possibilidades: (1) o cônjuge incrédulo não se converter; (2) o cônjuge incrédulo converter-se; (3) o cônjuge crente afastar-se da igreja. Setenta e cinco por cento dos casamentos mistos tornam-se experiências amargas para o cônjuge crente. Você teria coragem de pegar um vôo para determinado destino sabendo que naquela rota 75% dos vôos estão caindo? Você se aventuraria num casamento misto, sabendo que 75% por cento deles estão naufragando ou enfrentando sérios problemas?
3. Uma recomendação sempre atual
“...nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós outros e depressa vos destruiria.” (Dt 7.3,4)
¨ “Por isso amem somente o SENHOR, nosso Deus. Mas, se vocês não forem fiéis a ele, e fizerem amizade com os povos que ainda estão aí, e casarem com essa gente, podem ficar certos de que ele não expulsará mais esses povos do meio de vocês. Pelo contrário, eles se tornarão perigosos para vocês, como se fossem precipícios, armadilhas, chicotes nas costas ou espinhos nos olhos. E isso continuará até que vocês desapareçam desta boa terra que o SENHOR, nosso Deus, lhes deu.” (Js 23.11-13)
O apóstolo Paulo admoesta: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (2Co 6.14)
CONCLUSÃO
A vedação pela Lei de Deus no AT de casamentos entre o povo de Deus com povos vizinhos que não seguiam ao Senhor tinha como primeiro objetivo evitar o contato de seu povo com os cultos pagãos daqueles povos e assim virem a se desviar da verdade. Contudo Israel não seguiu estas determinações o que resultou em consequências sérias para povo, culminando com o afastamento total dos princípios da Lei de Deus o que levou ao exílio em Babilônia por setenta anos.
Com Israel pós-exílio o povo voltou a esse mau costume, contra o que ferozmente se opôs Neemias.
Esse problema também estava presente no primeiro século da Igreja, o que levou Paulo a posicionar-se firmemente contra essa prática ( Co 6.14-17). O casamento misto ainda hoje é um grande problema.
Pode haver no meio cristão aqueles que levados pelas paixões da carne, encontram muitas formas para justificar o relacionamento e até chegam a casar-se. Afirmam possuir uma fé grande o suficiente, para ver o cônjuge ser liberto das trevas, convertendo-se. Esta fé é imatura e despojada da realidade, não é aconselhável agarrar-se a tais expectativas. A advertência Bíblica que reprova a união em jugo desigual é muito atual e deve ser levada a sério se quiser-se levar a evitar consequências funestas.
Fontes:
Dicionário da Bíblia J. Davis
http://casadosenhor.com.br/estudo.asp?id=58
Obs. A convite do Pr. Nelson Bastian e do irmão Elano, responsável pelo Departamento de EBD da Igreja Assembléia de Deus de Mafra/SC, onde preside o amigo Pastor Vílson Dias, estaremos ministrando naquela igreja sobre este tema no próximo dia 05/02/2012, Obrigado pelo convite e confiança. Rogamos vossas orações! (Pr. João Q. Cavalheiro).
Obs. A convite do Pr. Nelson Bastian e do irmão Elano, responsável pelo Departamento de EBD da Igreja Assembléia de Deus de Mafra/SC, onde preside o amigo Pastor Vílson Dias, estaremos ministrando naquela igreja sobre este tema no próximo dia 05/02/2012, Obrigado pelo convite e confiança. Rogamos vossas orações! (Pr. João Q. Cavalheiro).
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