Maior produtor mundial, o país edita um texto sagrado a cada três segundos e exporta para 105 nações
NÚMEROS:
A menor Bíblia impressa no País mede
10 X 13 cm
10 X 13 cm
A maior é para deficientes visuais. Escrita em braile mede
25 X 33 cm
25 X 33 cm
e conta com 38 volumes, que, empilhadas, atingem
dois metros de altura
dois metros de altura
Os países que mais importam as Bíblias produzidas no Brasil são Argentina, México e Peru
A Bíblia mais barata custa R$ 2 e a mais cara, R$ 133,90
Desde que o alemão Johann Gutenberg imprimiu a primeira "Bíblia", em 1450 o texto sagrado é o livro mais vendido do mundo, com uma tiragem estimada entre seis e oito bilhões de exemplares. Agora o Brasil acaba de se inserir na história da "Bíblia" ao se tornar o maior produtor da escritura religiosa e registrar a impressão da centésima milionésima edição. O feito histórico aconteceu na Gráfica da Bíblia, em Barueri, em São Paulo, onde são rodados entre 30 e 40 mil obras sacras por dia – ou seja, uma “Bíblia” ou Novo Testamento a cada três segundos. A data da impressão histórica, 26 de maio, passará a fazer parte do calendário religioso brasileiro.
A Gráfica da Bíblia pertence à sociedade Bíblica do Brasil (SBB), uma instituição filantrópica fundada por líderes cristãos em 1948, no Rio de Janeiro, com o objetivo de difundir o texto religioso. Ao contrário do que se poderia supor, a Igreja Católica não é a principal cliente da gráfica – o posto é dos evangélicos. A SBB, organização ecumênica, produz livros sob encomendas para denominações neo-pentecostais como as igrejas Renascer em Cristo e Universal do Reino de Deus, e pentecostais, como a Assembleia de Deus, entre outras que disputam os cristãos.
“A Igreja Católica nunca deu ênfase à leitura da “Bíblia”. Os evangélicos compram mais”, explicou o teólogo gaúcho Erni Seibert, secretário de comunicação e ação social da SBB. Segundo ele, a instituição vende cerca de seis milhões de “Bíblias” por ano, ao preço médio de R$ 10, começando por R$ 2 (o campeão de vendas, de brochura) até chegar à mais cara edição, de R$ 133,90, a “Bíblia de Estudo Shedd”, com capa de couro, mapas coloridos e dez mil notas de rodapé. Vinte por cento da produção é destinada à exportação para 105 países, em línguas como o inglês, espanhol, árabe, hebraico e também latim. A SBB lança 40 títulos inéditos por ano. Muitos temáticos como a “Bíblia da Família”, a “Bíblia da Mulher” e a “Bíblia do Surfista”.
A SBB domina 70 % do mercado editorial bíblico brasileiro. Os outros 30% são divididos entre editoras como as católicas Vozes e Ave Maria, por exemplo. Tudo o que é arrecadado com as vendas é revertido para projetos sociais da instituição e aplicado na confecção de novas “Bíblias”, “Quando inauguramos a Gráfica da Bíblia, nossa capacidade era de dois milhões por ano. Investimos e a tiragem mais que triplicou”, afirma Seibert. Boa parte da produção é distribuída gratuitamente em escolas, presídios e comunidades carentes “Imprimimos 2,5 mil “Bíblias” em braile anualmente e doamos aos deficientes visuais que nos procuram. Somente isso é um investimento de mais de 1 milhão por ano.”
Fonte: Texto de Wilson Aquino em ISTOÉ Nº 2172 de 29.06.2011, pp 74.
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