Os costumes populares com certo cunho religioso de comemoração das chamadas festas juninas não encontram respaldo na Bíblia, que deve ser a base de toda igreja que se diz cristã. Dizem os defensores de tal costume, especialmente da festa de São João de que Zacarias e Isabel, pais de João Batista teriam acendido uma grande fogueira para comunicar, Maria, futura mãe de Jesus, e seus pais de que o menino João havia nascido. Tal argumento é totalmente infundado. Em primeiro lugar por não ter amparo na Bíblia, a qual condena veementemente qualquer acréscimo a seu texto – Ap 22.18,19.
” Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa,
Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro.
Aquilo que a Bíblia registrou é a verdade e o que ela omitiu não deve ser acrescentado por homem algum e nem ser motivo de especulações desnecessárias – Dt 29.29.
Por outro lado a tradição de que a fogueira foi com objetivo de tornar conhecido o nascimento de João a Maria e seus familiares é totalmente inverossímil e fora de razão por dois motivos: A) Zacarias, Pai de João Batista era sacerdote e servia no templo em Jerusalém, que ficava na Província palestina da Judéia, enquanto que Nazaré onde habitava Maria e seus familiares encontrava-se situada na Província da Galiléia, cerca de 100 Km de Jerusalém, tendo a província de Samaria entre ambas, distância muito longa para ser vista uma fogueira. B) Por ocasião do nascimento de João Batista, tudo leva a crer que Maria encontrava-se na casa de Isabel, veja-se Evangelho de Lucas Cap. 1 e vv 5-8,26-36,39-41,56. Pelo visto não há fundamento histórico e nem lógico para justificar o culto ao santo e nem à tradição que encontram condenação no texto bíblico conforme poderemos ver a seguir:
Culto dos santos: Consiste na prática pagã de fazer preces a santos protetor e encarregados de cada segmento da vida cotidiana. Essa prática herdada e incorporada a certos cultos religiosos remonta desde os tempos da Mitologia Grega e babilônica onde havia deuses encarregados dos rios, fartura, amor, etc,etc,etc.(At 17.16,22,23).
Analisando essas práticas à luz da Bíblia e da história, fica claro que são práticas pagãs. O Papa Bonifácio IV, em 610, celebrou pela primeira vez a festa a todos os santos, substituindo o panteão romano (templo pagão dedicado a todos os deuses) por um templo “cristão” para que as relíquias dos santos fossem ali colocadas, inclusive de Maria. Dessa forma o culto aos santos e a Maria substituiu o dos deuses e deusas do paganismo.
A passagem bíblica sobre os querubins colocados no propiciatório da Arca da Aliança – Ex 25.18-20, advogada por certos teólogos para justificar a prática da idolatria, não se reveste de sustentação alguma. Porque não existe na Bíblia uma passagem sequer que mostre um israelita dirigindo suas orações aos querubins. O propiciatório era a figura da redenção em Cristo - Hb 9.5-9. A Bíblia condena terminantemente o uso de imagens de escultura como meio de cultuar a Deus – Ex 20.4,5; Dt 5.8,9. Jesus disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás – Mt 4.10”. O anjo disse a João: “Adora somente a Deus” – Ap 19.10; 22.9. Pedro recusou ser adorado por Cornélio- At. 10.25,26.
Observância da Tradição: A leitura da Bíblia foi proibida aos leigos no Concílio de Tolosa em 1222. Com isso a Igreja aposentou a Bíblia, e a Tradição passou a suplantar a Palavra de Deus – Mt 15.9. Em 1546 foi conferida à Tradição autoridade igual à da Bíblia.
A Tradição da Igreja Romana é, sem dúvida alguma, “um outro evangelho” alertado por Paulo em Gálatas 1.8; antítese do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Ela não tinha lugar na Igreja Primitiva. O Evangelho só, contém “todo o conselho de Deus” – At 20.27, dispensando, portanto, a Tradição. A Tradição não pode resistir a uma análise por parte dos famosos cristãos da antigüidade, tampouco diante das Escrituras.
Cipriano, no século III, disse: “A tradição, sem a verdade, é o erro envelhecido”. Tertuliano afirmou: “Cristo se intitulou a Verdade, mas não a Tradição... Os hereges são vencidos com a Verdade e não com novidades”. No ano 450, disse Venâncio: “Inovações são coisas de hereges e não de crentes ortodoxos”. Jerônimo, o tradutor da “Vulgata”, tradução oficial da Bíblia usada pela Igreja Romana, escreveu: “As coisas que se inventam e se apresentam como tradições apostólicas, sem o testemunho das Escrituras, serão atingidas pela Espada de Deus”.
Diante de todos estes fatos não há um fundamento sequer para que um cristão autêntico prenda-se a tradições herdadas através dos tempos mas que sob um exame isento e minucioso da Bíblia não receberá aprovação. São cultos pagãos, não alicerçados na verdade das Escrituras, aos quais um cristão não se associará, sob pena de ser condenado pelo Senhor por idolatria e cultos estranhos.
João Q. Cavalheiro
Amigo e pr. João, parabéns pelo texto de esclarecimento. É vergonhoso sabermos que alguns crentes participam d tal festa pagã.
ResponderExcluirDeus lhe abençoe meu querido irmão em Cristo.
Abrçs.
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