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quarta-feira, 20 de abril de 2011

JESUS, O CORDEIRO DA PÁSCOA



Vivemos a chamada Semana Santa, semana na qual se enleva a Sexta-Feira da Paixão e culmina com o dia festivo da Páscoa. Nestes dias presenteia-se com ovos de chocolate e dá-se muita ênfase ao chamado coelho da Páscoa. Mas será que isto tem alguma coisa a ver com a verdadeira Páscoa? Muitas pessoas não conhecem o verdadeiro sentido da Páscoa. Acompanhe comigo alguns fatos e princípios que deram origem a esta comemoração.

A primeira promessa com relação à remissão da humanidade podemos encontrar em Gn 3.15, onde Deus reconhecendo a queda do homem e que por suas próprias forças jamais poderia se restabelecer, prometeu que desta própria geração, de uma forma miraculosa, providenciaria Um, sem pecado, que de uma vez por todas pagaria o preço do pecado de toda humanidade, que por herança havia recebido de seus pais e recolocaria o homem no lugar do qual por sua própria negligência havia descido. Queda essa que foi uma grande calamidade, pois o homem perdeu o direito da Vida Eterna. A essa situação Deus providenciou um paliativo, quando o homem passou a apresentar sacrifício de animais o que temporariamente aplacava a ira de Deus contra o pecado do homem.

Portanto, o tema “Salvação” foi cogitado desde a queda do homem no Jardim. O propósito de Deus era de que o homem fosse feito senhor de toda a criação e também tivesse uma vida de convivência diária com Deus, uma Vida Eterna. Este plano foi interrompido pelo pecado. Deus cortou relacionamento com o homem, pois não pode conviver com o pecado, e a vida do homem havia sido maculada. Foi uma calamidade, o homem estava condenado de uma vez para sempre, a não ser que se providenciasse um meio pelo qual este homem pudesse regenerar-se. Como nada podia fazer por si mesmo, mais uma vez Deus agiu e assim, numa maneira simbólica coseu roupas de pele de animais para que o homem pudesse vestir-se e a vergonha de estar em falta na presença de Deus pudesse ser superada.

Dois mistérios aí se fazem notar. O primeiro é de que Deus confeccionou algo que pudesse, temporariamente, ocultar o motivo da vergonha do homem estar na presença de Deus. O verdadeiro motivo da vergonha, o pecado, permaneceu; o uso de roupas foi apenas atenuante,  simbolizando que o pecado não fora removido, apenas ocultado temporariamente. Necessitava providenciar-se uma maneira definitiva de remoção deste pecado e isso só poderia ser por uma iniciativa divina. Essa era a promessa de Deus e ela cumpriu-se na pessoa de Jesus.

O segundo mistério que nos deparamos é o de que para confeccionar estas roupas foi necessário que um animal fosse sacrificado, foi o primeiro sacrifício pelo pecado. O sacrifício de um animal tornou-se permanente. Toda vez que o homem quisesse achegar-se a Deus, deveria primeiro oferecer um sacrifício, holocausto a Deus, como para trazer à memória de que, apesar do pecado, havia um sacrifício que aplacava a ira de Deus sobre o pecador. A morte de Jesus foi a concretização deste sacrifício, o qual levou sobre si toda a nossa iniquidade – Is 53.4.

                 O primeiro registro da comemoração da Páscoa encontramos em Êxodo capítulo 12 e versículos 1 a 28. Na instituição da Páscoa, que era uma comemoração pelo livramento providenciado por Deus, tirando o povo hebreu da Terra do Egito de uma maneira maravilhosa, demonstrando o seu poder na presença de todo o Egito e Faraó, Deus determinou que entre os demais elementos componentes da comemoração fosse sacrificado um cordeiro, com qualidades especiais, entre as quais a de que ele não poderia ter defeitos, nem manchas. Ele deveria ser puro. Deste cordeiro, o sangue deveria ser aspergido sobre a porta da casa de cada família, para que quando viesse o anjo destruidor que mataria todos os primogênitos do Egito, aquela família em cuja casa fosse encontrado o sangue sobre a porta seria poupada. O cordeiro inocente morria para que o povo pudesse ser poupado da morte, mais uma vez simbolizando a pessoa de Jesus. O Cordeiro também não poderia ter nenhum osso quebrado e por isso quando Jesus foi crucificado nenhum osso seu foi quebrado, como era costume de se fazer para apressar a morte dos condenados na cruz, e isso fizeram com os outros que foram crucificados com Jesus, e o Evangelista João fez questão de mencionar em seu evangelho – Jo 19.31-36.

                      Para confirmar-se a identificação de Jesus com o cordeiro pascoal da festa dos judeus podemos destacar entre outras evidências a de que ele foi sacrificado na semana da Páscoa judaica que culminou com sua ressurreição no Domingo. Enquanto os judeus comemoravam a sua Páscoa, sacrificando o seu cordeiro particular, o verdadeiro Cordeiro de Deus, e não coelho, era oferecido em remissão de toda a humanidade – Jo 3.16. Assim a Páscoa deixava de ser uma festa exclusiva do povo Judeu e passava a ser de toda a humanidade, era desfeita de uma vez por toda a distinção entre judeu e gentio e o costumeiro sacrifício pascoal, da oferta simbólica de um cordeiro cessava, pois o verdadeiro sacrifício era consumado através do qual todos tiveram acesso ao plano de salvação providenciado por Deus e lembrado através dos tempos por seus profetas.

Quando Jesus consumou seu sacrifício, na cruz, a Palavra nos diz que até o próprio Pai virou as costas para Ele. Desprezava Deus o seu próprio Filho? Não. É que sobre Jesus pesava os pecados da humanidade, desde Adão até os nossos dias, e por isso o Pai não podia contemplá-lo.

Com este sacrifício o preço da remissão foi pago em nosso lugar. Nele consumou-se toda a obra Redentora e o homem mais uma vez foi justificado na pessoa de Jesus e pode achegar-se a Deus com total confiança. “Sendo pois justificados pela fé temos paz com Deus por nosso senhor Jesus Cristo - Rm 5.1. Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus; Rm 8.1”.

No momento extremo que o Filho de Deus rendeu a Deus seu Espírito rasgou-se o véu, o que separava o “Santo dos Santos” do restante templo e do povo (Mt 27.51). Neste lugar só podia entrar o Sumo Sacerdote e uma vez por ano, tendo antes de fazer sacrifício por si mesmo, agora o acesso fora franqueado.

              O Plano e a promessa de Deus são muito mais abrangentes que possa alcançar a nossa limitada concepção humana. Em Adão todos os homens pecaram, mas em Cristo todos tiveram acesso ao perdão. Ao estabelecer um Salvador, este não poderia ser uma exclusividade do povo Judeu como este pensavam, mas a todos os povos. Assim a Páscoa transformou-se um festa da humanidade, de todo aquele que crer no Plano de Salvação providenciado por Deus. A Páscoa é um motivo de alegria e não de tristeza, pois ela nos lembra que o pecado pode ser apagado, mediante a fé e que o homem foi liberto da condenação do pecado na pessoa do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.

Com a morte de Jesus, o verdadeiro Cordeiro de Deus, a situação primitiva do homem foi restabelecida e, por adoção, o homem pode apresentar-se a Deus com toda confiança, pois agora já não pesava mais sobre ele a sentença de morte pelo pecado mas lhe fora restituída a condição de filho.

Deus vos abençoe e tenham uma FELIZ PÁSCOA!

Pr. João Q. Cavalheiro


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