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segunda-feira, 30 de maio de 2011

JOÃO CALVINO - O Reformador suiço

João Calvino, o grande reformador suiço,  nasceu em Noyon em 10 de Julho de 1509 e faleceu em Genebra em 27 de maio de 1564, converteu-se muito cedo às ideias refomistas de tendencias luteranas, abandonou o sacerdócio, indo estudar Direito em Orleans, com l'Etoile, o grande jurista. Ali, dedicou com mais fervor, de quando era sacerdote, ao estudo do conhecimento de Deus e de sua santa Lei. Converteu-se completamente e logo as multidões cansadas do formalismo romano acorreram para ouvir suas sábias pregações. É-nos extraordinário o espírito deste homem que, durante 30 anos de luta, sofreu em segredo as dores do seu corpo, falecendo com 55 anos de idade, devido a problemas de saúde. Calvino legou grande herança espiritual e intelectual para toda a humanidade. Insigne exemplo deixou aos pastores: como teólogo, não teve rival; como comentador das Escrituras foi admirável; como legislador, era justiceiro como homem, bondoso. As igrejas evangélicas devem reconhecer em Calvino o instrumento escolhido por Deus para lhes dar, acertadamente e com sabedoria, sua teologia e organização.

O martelo alemão, manejado por Lutero e seus companheiros, tinha pulverizado as bases do romanismo e demolido as fortalezas eclesiásticas até então consideradas inexpugnáveis.
A obra, no entanto, não estava completa.. Devia ir além das fronteiras da Alemanha. Necessitava um cinzel afiado, que delineasse e caracterizasse a teologia das igrejas recém-nascidas.

Uma pena finíssima e cortante devia infundir terror no coração de monarcas ímpios, e fortificar os pastores desterrados. Lutero tirou os obstáculos e preparou as bases.. A Calvino tocou a tarefa de erguer o edifício.

João Calvino nasceu em Noyon, França, em 1509. Seu pai trabalhou em vários postos civis e eclesiásticos, e era muito apreciado pelo seu talento e prudência. Sua mãe era atraente e piedosa. Calvino foi educado juntamente com os filhos da família nobre de Montmorency e, com a idade de treze anos, seu pai, que não era acomodado, conseguiu com o bispo que lhe desse o lugar de capelão.

Assim conseguiu o brilhante estudante sustentar-se em Paris e custear seus estudos no colégio de Maturin Cordier, famoso pedagogo, a quem Calvino deveu muito. Infatigável em seus estudos, e de inteligência aguda, Juan Calvino, deixou de lado os jogos e diversões, e dedicou-se com ardor à sabedoria. Seu pai viu que seu filho, como advogado, melhoraria sua condição.

Desta maneira, Calvino abandonou o sacerdócio e foi para Orleans estudar Direito com l'Etoile, grande jurista. Ai porém, em meio aos seus estudos legais, dedicou-se com mais fervor do que quando era sacerdote ao conhecimento de Deus e de sua Santa Lei.

Depois da morte de seu pai, Calvino passou uns três anos em Paris, onde morava na casa de um artesão, Etienne de La Forge, destinado mais tarde a ser mártir. Na casa dele, Calvino pregava sobre o Evangelho com extraordinário fervor para um grupo de crentes. Abandonou seus estudos de Direito, e consagrou a plenitude das suas forças para propagar a fé de Cristo, conforme se revela nas Escrituras Sagradas. Com grande desinteresse renunciou ao lucrativos postos eclesiásticos de que desfrutava, e, com a idade de 24 anos, desvinculou-se completamente da Igreja de Roma, sendo considerado principal cérebro da Reforma na França. Sua luz não pode ser escondida, e logo teve de fugir de Paris e refugir-se nos castelos de seus protetores.

Tendo Calvino escrito um discurso para ser pronunciado por Nicolas Cop, o reitor de Sorbonne, no dia de Todos os Santos, aconteceu que era uma homilia muito diferente das que eram feitas então, porque tratava da justificação por meio da fé. Os professores, enfurecidos, obrigaram Cop e Calvino a fugir. Muitos amigos de Calvino ficaram seriamente comprometidos, porque suas cartas foram descobertas no quarto do reformador.

Passando rapidamente de um lugar para outro, por fim, Calvino, refugiou-se em Basiléia., Suiça, onde, com 25 anos de idade, deu ao mundo seu famoso livro Instituição da Religião Cristã, escrito em latim, e no qual delineou as grandes doutrinas cristãs fundamentais. Era um sistema completo de teologia, lógico e contundente, e exerceu uma profunda influência no pensamento da humanidade. A soberania de Deus no mundo, a eleição por parte de Deus dos seus escolhidos e a justificação pela fé eram os seus principais temas.

Passando Calvino por Genebra, com o desejo de voltar à vida estudiosa em Basiléia, o intrépido reformador Farel disse-lhe que a maldição de Deus o perseguiria, se não permanecesse em Genebra para ajudar na luta contra o terror. O jovem temeu diante de tal situação; parecia-lhe que Deus o havia chamado, e consentiu. Em seguida, foi nomeado pregador e professor de teologia, e iniciou o magno labor de sua vida. O seu trabalho era difícil ao extremo, e mal remunerado. O povo de Genebra tinha saído da Igreja Romana, porém não tinha adquirido conhecimentos sólidos e evangélicos. Pregadores ignorantes perturbavam a ordem e disseminavam a discórdia nas novas igrejas.

Farel e Calvino insistiram numa disciplina severa na igreja – era seu objetivo extirpar o concubinato e reformar não só as doutrinas, mas também a vida dos cidadãos. Em nada admitiram a intromissão do poder civil nos assuntos da igreja. Recusaram o sacramento da Santa Ceia aos “libertinos” e por isso foram expulsos da cidade.

Farel foi para Neufchatel e Calvino para Basiléia, onde ficou como professor de teologia e escreveu alguns livros. Em Estrasburgo casou-se com uma viúva, Idelette Van Buren, que foi a “excelente companheira de sua vida”.

Em 1541, foi revogado o decreto de expulsão de Calvino, e os cidadãos, arrependidos, convidaram-no a regressar. Entrou na cidade no meio de aclamações, e mais disposto do que nunca a estabelecer uma igreja pura e bem ordenada.

- Não tenho tempo nem sequer para olhar o sol. Além das minhas ocupações fixas, tenho tantas cartas a escrever e tantas perguntas que responder, que há noites em que não fecho os olhos.

Muitas e tremendas controvérsias ocuparam a atenção de Calvino em Genebra.
Em 1552, chegou à cidade um médico espanhol chamado Miguel Serveto, antigo antagonista intelectual de Calvino. Serveto, num de seus livros, desdenhava com palavras insultantes, da doutrina da Trindade, e parecia ensinar que tudo o que existe na natureza é uma parte de Deus, erro conhecido pelo nome de panteísmo. Calvino mandou aprisioná-lo e o acusou de blasfemador. Serveto defendeu-se habilmente, e a discussão entre os dois foi longa e penetrante.

Serveto foi condenado e queimado perto de Genebra. Aparentemente, foi o Conselho da Cidade quem o condenou; porém Calvino, como todos nesta época, havia herdado a idéia romana de que as heresias graves deveriam ser extirpadas por meio da morte de seus autores e promotores. Foi um erro grave de Calvino, mas foi um erro universal de seu tempo, e Calvino buscava, não a vingança pessoal, mas sim a pureza da igreja nascente.

Em outra controvérsia com os luteranos, Calvino sustentou que o pão e o vinho do sacramento não são mais do que pão e vinho, e que a presença de Cristo na Santa Ceia é espiritual, e só podemos aproveitá-la por intermédio da nossa fé. O veredito de quase todas as igrejas evangélicas de hoje favorece a interpretação espiritual de Calvino, rechassando a tentativa de suavizar ou reter a doutrina essencialmente crassa e materialista da Igreja Romana. Acreditar que depois da bênção de um sacerdote pecador, o pão e o vinho se convertem em objetos de adoração e que são o verdadeiro corpo e sangue de Cristo., entra em choque com a Bíblia, com os cinco sentidos do homem, com a razão e mesmo com a natureza das coisas.

Calvino ensinava que os concílios das igrejas deveriam exercer plena autoridade sobre a vida moral e espiritual de todos os cidadãos e reformar a sua vida.

O governo democrático que Calvino introduziu na igreja reformada de Genebra foi o precursor da repúblicas modernas. Baseando-se nas Sagradas Escrituras, o grande reformador instaurou um sistema simples e representativo, como o da Igreja Primitiva, sem hierarquia pomposa e pretensiosa, que depositasse o poder nas mãos dos próprios membros. Estes, graças às exigências de Calvino, já eram pessoas ativas na propaganda, e cuja vida particular não abrigava escândalo algum.

O Espírito Santo guia a sua igreja diretamente e não por meio do papa; as Sagradas Escrituras, longe de ser propriedade exclusiva dos bispos, tem que ser estudadas e conhecidas intimamente, até pelos mais humildes.

Os trabalhos infatigáveis de Calvino minaram a sua saúde, ocasionando-lhe a morte em 1564, com a idade de 55 anos.

As repúblicas modernas devem descobrir-se diante da tumba de que resgatou do terror tirânico da Idade Média os verdadeiros princípios do governo democrático. As igrejas evangélicas devem reconhecer em Calvino o instrumento escolhido por Deus para lhes dar acertadamente e com sabedoria sua teologia e organização.


Alexandre Alien, em “O Obreiro” Nº 19, CPAD/RJ, 04a06 de 1982, pp 05, 21-23.

2 comentários:

  1. Show de bola o seu post sobre João Calvino,Muito interessante o seu blog,tem uma base teológica espetacular,vou por você na minha lista de recomendados posso?

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  2. O irmão é da assembléia de Deus templo Central?

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