Há muita ignorância entre os evangélicos acerca das horríveis execuções de grupos como os anabatistas, durante a Reforma. Zwínglio, o grande reformador suíço, achava que era dever da igreja guiar as autoridades civis no extermínio de hereges. E assim, as perseguições instigadas por Zwinglio e seus seguidores faz da história da igreja do século XVI uma leitura triste. Um escritor relata como os anabatistas morriam:
A disseminação de igrejas na Áustria e nos estados circunvizinhos foi maravilhosa; os relatos do número de pessoas executadas são terríveis; no entanto, não faltaram jamais homens dispostos a se dedicar ao perigoso trabalho de evangelistas e presbíteros. De alguns se conta que enfrentaram a sua morte com alegria. Enquanto uns eram afogados e assassinados, outros cantavam até que os executores se encarregassem deles. Eles estavam firmes na verdade que conheciam e fortalecidos na fé que tinham em Deus. Tal firmeza frequentemente provocava espanto e indagação quanto a fonte desta fortaleza. Muitos foram ganhos por ela para a fé, mas os líderes religiosos, tanto da Igreja Católica Romana como das igrejas reformadas, atribuíam tal fortaleza geralmente a Satanás.
O pecado dos anabatistas, que os conduziu ao martírio, não era outro senão o batismo por imersão! Tanto Zwínglio como Lutero haviam persuadidos os magistrados contra os anabatistas, alegando que tal prática constituíam uma ameaça à ordem civil.
Que ligações podemos aprender dos martírios de judeus e protestantes perpetrados pelos católicos; do extermínio de católicos, evangélicos e outros religiosos executado pelos comunistas, e dos crimes cometidos por protestantes contra seus próprios irmãos protestantes?
Os autores de uma obra sobre disciplina eclesiástica, depois de perguntarem se abusos como o que narramos acima devem ser atribuídos estritamente a pressões sociais e psicológicas de uma época obscura, concluem afirmando que o povo de épocas passadas não era menos civilizado que nós, que somos “meros bárbaros tecnologicamente avançados”, e que “a conversão cristã não é garantia de que alguém jamais ferirá os outros”.
Transcrito
(Abraão de Almeida, em Lições da História, CPAD/RJ, 2000, pp 231-232; Citações de John Withe e Ken Blue, Restaurando o Ferido, Deerfield, Editora Vida, 1992, pp 49-51.)
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