A revista "ISTOÉ", em sua edição de Nº 2183 de 14.09.2011, pp 60, publicou dados estatísticos referentes a IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL que não correspondem a números estatísticos já divulgados em outras edições deste mesmo periódico, bem distantes de informações de outros órgãos da imprensa secular e também de nossos periódicos, que estariam de acordo com as estatísticas do IBGE, por isso fazemos a presente divulgação trazendo à luz números mais próximos da realidade.
Julgamos oportuno também divulgar junto a essas informações um pouco de nossa história.
Muita gente não sabe que a Assembléia de Deus nasceu num porão e pelas mãos de dois imigrantes suecos. Pois foi a partir da visão missionária de Gunnar Vingren e Daniel Berg que os ventos do avivamento Pentecostal sopraram pela primeira vez no país. Partindo de Chicago, a dupla aportou em Belém (PA) no dia 19 de outubro de 1910, trazendo uma idéia ambiciosa: propagar o Evangelho em um país dominado pelo catolicismo e superstições religiosas. Os dois vieram para cá motivados por uma revelação ocorrida durante uma reunião de oração, no qual ouviram o nome do Pará, um lugar de cuja existência sequer sabiam – mais pentecostal, impossível. Afinal, ambos já haviam tido a experiência do Batismo com o Espírito Santo, que os crentes avivados consideram uma espécie de revestimento do poder de Deus. Juntaram as economias, tomaram um trem até Nova Iorque e de lá embarcaram num navio de terceira classe com destino ao norte do Brasil.
O início, como em todas as “aventuras” missionárias, foi difícil: sem ter onde se reunir, Berg e Vingren começaram a realizar cultos de oração no porão da Igreja Batista de Belém. Os crentes locais não estavam acostumados a manifestações carismáticas, como profecias e dons de línguas e logo os dois avivalistas foram “convidados” a se retirar, levando consigo os que aderiram àquilo que os protestantes tradicionais de Belém chamavam de “estranho movimento”.
“Esses irmãos resolveram organizar-se em igreja no dia 18 de junho de 1911, na residência do irmão Henrique Albuquerque, localizada à Rua Siqueira Mendes, 79, no Bairro Cidade Velha. Fundaram assim uma nova igreja”(História das Assembléias de Deus no Brasil, pg. 27). Nascia ali a Missão de Fé Apostólica. Um grupo que se reunia em residências e começou a se expandir rapidamente. Gunnar Vingren tornou-se seu pastor titular, auxiliado por Berg.
“A igreja funcionou durante algum tempo na casa de Celina Albuquerque e depois transferiu-se para a Av. São Jerônimo, 224. No dia 11 de Janeiro de 1918, foi registrada oficialmente, como Assembléia de Deus, primeira igreja no mundo a adotar esse nome. Não era uma igreja filiada a alguma missão estrangeira, mas era genuinamente brasileira”(História das Assembléias de Deus no Brasil, Pg. 27).
O nome escolhido foi Assembléia de Deus, numa provável alusão à expressão “assembléia de Deus com seu povo”, uma das traduções para a palavra igreja. Diga-se de passagem, a criação de uma outra denominação jamais esteve nos planos de Vingren e Berg.
Além de ser o primeiro grupo evangélico genuinamente nacional – até então, todos foram criados a partir da iniciativa de missões estrangeiras - , a Assembléia de Deus tinha a vantagem de pregar o Evangelho voltada para as massas, formando uma base essencialmente popular. Com simplicidade e dinamismo, seus membros conquistaram novos adeptos e espalharam a doutrina pentecostal. A chegada ao Rio de Janeiro, então capital da República, em 1923, foi fundamental para a expansão do ministério. Gunnar Vingren alugou um salão no bairro carioca de São Cristóvão e ali estabeleceu um pólo de atração para novos crentes e os diversos grupos evangélicos que aderiram ao movimento. Em 1927, Daniel Berg implantou a igreja em São Paulo. Estavam lançadas as bases para expansão da Assembléia de Deus por todo o Brasil.
A IGREJA DE MULTIDÕES
Desde 1989, a Assembléia de Deus divide-se em dois segmentos principais: A convenção Geral das Assembléias de Deus (CGADB), com sede em São Paulo, e Convenção Nacional de Madureira das Assembléias de Deus (Conamad), cuja matriz fica no Rio. Existem ainda pequenos ministérios regionais independentes. Confira os números grandiosos da denominação:
CGADB Conamad
13 milhões de fiéis 3 milhões de fiéis
85 mil pastores 16 mil pastores
80 mil templos 5 mil templos
A Assembléia de Deus é a maior igreja evangélica do país com 18,5% do total de evangélicos. Possui:
- Duas geradoras e 47 repetidoras de televisão, além de treze rádios espalhadas pelo país.
- São 130.000 casas de orações, que vão de salas alugadas em cidades do sertão nordestino a templos enormes em São Paulo e outras capitais com capacidade de abrigar até mais de 10 mil pessoas sentadas.
- Consome aproximadamente 1,2 milhões de Bíblias por ano.
Atualmente o Presidente é o Pastor José Wellington Bezerra da Costa do Belém/SP.
A força da organização está nos passos da formiga de cada um de seus membros. “Quando há um loteamento novo, não esperamos: chegamos na frente, compramos o terreno mais barato e assim que o pessoal chega já tem igreja para freqüentar. Onde tem Coca-Cola, correios e Bradesco, tem Assembléia de Deus”(Pr. Wellington). (Revista Veja, Edição 1502 de 02 de Julho de 1997, pgs. 90 e 91).
CRESCIMENTO CONSTANTE
A centenária Assembleia de Deus é a maior denominação evangélica do Brasil. Veja a seguir o demonstrativo da evolução no crescimento da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil através dos anos:
1911 – Fundada em 18 de junho por missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará, com o nome de Missão da Fé Apostólica. Sete anos depois assume a denominação atual.
Década de 1950 – A Assembleia de Deus ultrapassa a Congregação Cristã do Brasil e a Luterana, em número de fiéis e se torna a maior igreja evangélica do País.
Entre 1990 e 2000 – Cresceu 245% passando de 2.439.763 membros para 8.418.140. Detém 32,15% do total de evangélicos no Brasil.
2010 – Estima-se que os assembleianos sejam 15 milhões e representem 50% dos evangélicos brasileiros.
A ASSEMBLÉIA DE DEUS E AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Os seminários e escolas teológicas da Assembléia de Deus formam, anualmente, centenas de obreiros em cursos básicos, de extensão ou bacharelado. Estes são alguns dos principais estabelecimentos:
Escola de Educação Teológica das A.D. (ETAD) – São Paulo
Escola de Preparação de Obreiros Evangélicos (EPOE) – Rio de Janeiro
Escola Teológica das Assembléias de Deus no Brasil (Esteadeb) – Nordeste
Instituto Bíblico das Assembléias de Deus (Ibad) – Pindamonhangaba/SP
Instituto Bíblico Pentecostal (IBP) – Rio de Janeiro
Instituto Bíblico Esperança (IBE) – Porto Alegre/RS
Conselho de Educação e Cultura (CEC) com Escolas de Teologia em todo o estado/SC
Faculdade de Educação Teológica Logos (FAETEL) – São Paulo
Instituto Bíblico Pentecostal de Teresina (PI)
Instituto Bíblico da AD de Imperatriz (MA).
Faculdade de Ciência, Tecnologia e Biotecnologia da CGADB (FAECAD) – Rio de Janeiro
MINISTÉRIOS ECLESIÁSTICOS NA ASSEMBLÉIA DE DEUS
Na Assembléia de Deus, as funções de liderança têm características próprias. Conheça as principais:
- Pastor Presidente – É o líder de uma igreja–sede, que administra congregações.
- Pastor Auxiliar – Cuida de variados ministérios da igreja-sede e pode dirigir congregações.
- Evangelista – Tem atribuição básica de divulgar a mensagem. Sua função é parte do Ministério da Igreja. Tem voto como pastor nas assembléias de convenção.
- Presbítero – Mediante autorização do pastor-presidente, pode exercer funções pastorais como pregar e realizar batismos e ceias. Em geral realizam estes trabalhos em congregações.
- Diácono – Tem funções operacionais, cuidando da parte material da igreja e de serviços como o preparo e distribuição da ceia.
- Obreiro ou cooperador – Pode ter cargos ou administrar informalmente alguma área, como louvor, visitação, etc.
CREDO RELIGIOSO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS NO BRASIL
CREMOS:
- Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt. 6.4; Mt 28.19; Mc. 12.29);
- Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (II Tm. 3.14-17);
- No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus (Is. 7.14; Rm 8.34; At. 1.9);
- Na pecaminosidade do homem, a qual o destituiu da glória de Deus, e em que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At. 3.19);
- Na necessidade absoluta do Novo Nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos céus (Jo 3.3-8);
- No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus, pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At. 10.43; Rm. 10.13; 3.24-26; Hb. 7.25; 5.9);
- No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt. 28.19; Rm 6.1; Cl. 2.12);
- Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e Redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; I Pe 1.15,16);
- No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo com a evidência inicial de falar em novas línguas, conforme sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1 – 7);
- Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito santo à Igreja para sua edificação conforme sua soberana vontade ( I Co 1.1 – 12);
- Na Segunda Vinda pré-milenar de Cristo, em duas fases distintas: primeira: invisível ao mundo para arrebatar sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; a Segunda: visível e corporal com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (I Ts 4.16-17; I Co. 15.51-54; Ap. 20.4; Zc 15.5; Jd 14).
- Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (II CO 5.10);
- No juízo vindouro que justificará os fiéis e condenará os infiéis (Ap. 20.11-15);
- E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt. 25.46). (Escola Bíblica de Obreiros/CEC- 1998, pgs. 37 e 38).
Fontes:
Revista Vinde, Nº 38, pgs. 21-24;
Revista Veja Nº 1502 de 02.07.97, pgs. 90-91;
História das Assembléias de Deus no Brasil, 2ª Edição/1982, pgs. 23-27;
Escola Bíblica de Obreiros/CEC-1998, pgs. 37,38.
Revista Vinde, Nº 38, pgs. 21-24;
Revista Veja Nº 1502 de 02.07.97, pgs. 90-91;
História das Assembléias de Deus no Brasil, 2ª Edição/1982, pgs. 23-27;
Escola Bíblica de Obreiros/CEC-1998, pgs. 37,38.
Revista ISTOÉ Nº 2167 de 25.05.2011, pp 57.
Revista ISTOÉ Nº 2183 de 14.09.2011, pp 60.
Revista ISTOÉ Nº 2183 de 14.09.2011, pp 60.
Mensageiro da Paz, CPAD/RJ, Nº 1513, Junho/2011, pp 3-5; Nº 1500, maio/2010, pp 9.
Pr. João Q. Cavalheiro
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