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domingo, 4 de setembro de 2011

A INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA

Revista Escola Dominical | Lições Bíblicas - Jovens e Adultos


ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL, Lição 11 do 3º Trimestre 2011

 A influência cultural da Igreja 
11 de setembro de 2011



Texto Áureo

“E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e  multiplicai -vos e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra"(Gn 1.28) 

Verdade Prática

Deus nos criou como seres sociais e instrui-nos a produzir uma cultura que reflita os princípios espirituais e morais de sua Palavra.



Leitura Bíblica em Classe 

Gn 1.26-30



Objetivos

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: 


- Diferençar
 a cultura antes e depois da Queda.


Conhecer  os exemplos bíblicos do relacionamento cultural

Compreender   que a Igreja deve influenciar culturalmente a 
                           sociedade.




LEGENDAS E VOCABULÁRIO: :
acádica=>

Ref. à Acádia que  era uma região da antiga Mesopotâmia, situada na
margem esquerda do rio Eufrates, no atual Iraque.Teve o 
seu máximo poder entre os séculos XXVI e XXII a.C.
2- A língua falada na região da acádia.



ESBOÇO:


INTRODUÇÃO

I.  A CULTURA ANTES DE DEPOIS DA QUEDA


    1. A natureza da cultura humana.

   2. A cultura como beleza da criação


   3. A Queda manchou a cultura humana


II. EXEMPLOS BÍBLICOS DE RELACIONAMENTO CULTURAL


   1. Daniel discerne a cultura babilônica.


   2. Paulo, Barnabé e a transformação cultural em Listra


III. EVANGELHO, IGREJA E CULTURA


   1. Evangelho e cultura


  2. Igreja e cultura


  3. O despertamento cultural da igreja


CONCLUSÃO




COMENTÁRIO 
   


INTRODUÇÃO


A Igreja, inserida que está na sociedade em que convive tem um compromisso com a mesma e para tanto precisa conviver com a cultura, modos costumes e história, pois faz parte dela, para fazer a diferença e bem desempenhar a sua missão evangelizadora para implantar o Reino de Deus. Não fugindo do mundo, não comprometendo-se com ele e nem corrompendo-se, mas convivendo com  o mesmo, provocando mudanças que venham a melhorar a qualidade de vida dos seus semelhantes, no campo material, moral e espiritual. Ao mesmo tempo que anuncia evangelho do Reino de Deus, que deve ser anunciado em todo o tempo, deve estabelecer metas visando alcançar integralmente os homens, espiritual, moral e fisicamente. Só assim estará cumprindo o ide do Mestre Jesus. 


I.  A CULTURA ANTES DE DEPOIS DA QUEDA


    1. A natureza da cultura humana.


Deus criou a Terra e nela colocou o homem com domínio sobre toda a criação dotando-o de autoridade e inteligência para que pudesse fazer uso de toda a autoridade sobre a obra da criação. O primeiro casal passeava livremente no jardim sem preocupação alguma. Os animais não fugiam deles, antes, aproximavam-se familiarmente. As aves aconchegavam-se nas mãos de Adão e delas comiam sem nada temer; o tempo era propício, sem tempestades, sol escaldante ou frio excessivo; uma brisa pairava sobre a Terra e dela provinha um clima ameno e agradável. A Terra produzia em abundância e não nasciam pragas, espinhos ou ervas daninhas.


Deus criou para o homem um jardim com belas flores e o colocou a disposição do homem. O desejo dEle era que a sua criatura tivesse uma vida de prazer e satisfação como antecipação de tudo o  que Ele preparava no paraíso eterno (Jo 14.2)

Deus “plantou” no jardim árvores para que produzissem frutos e o homem deliciava-se com eles. A Árvore da Vida, que estava no meio do Jardim, era um bem que ele poderia desfrutar e que lhe garantiria Vida Eterna. Deus descia sobre a Terra e prazeirosamente conversava com Adão e Eva – Gn 3.8.


A Terra produzia tudo de que ele necessitava, os frutos eram deliciosos; as águas eram salubres e cristalinas; a paisagem encantada, o terreno era favorável. Bastava ao homem desejar alguma coisa e estaria facilmente à mão. Nossa mente limitada não está à altura de fazer qualquer comentário ou comparação para definir como era o paraíso que Deus colocou à disposição do homem. As mais belas paisagens que pudermos contemplar, e existem muitas, não se aproximam das belezas e bem estar que o paraíso era para o homem. Era um privilégio muito grande desfrutar destas bens, sem qualquer perturbação, preocupação ou desgostos.

A maior expressão de uma cultura estava em evidência no jardim do Éden, pela pureza e perfeição, pois fora criada por Deus. Pela abrangência, pois alcançava toda a humanidade e toda a extensão da terra. A natureza estava intacta e preservada e todos os atos do homem, tinham em vista agradar a Deus. Tudo o que havia estava sob o domínio do homem, domínio que exercia com eficiência e maestria, pois a autoridade provinha do detentor de todo o poder, Deus o Criador.


   2. A cultura como beleza da criação


Já imaginou como era contemplativo e gratificante assentar-se a apreciar as belezas criadas por Deus? Como seria desejável gozar dessas belezas, passear nos belos jardins e pomares, onde só vicejassem flores e árvores frutíferas que produzissem frutos com sabores desejáveis ao paladar! Quando acordasse pela manhã nada mais teria a fazer do que se recrear e participar do banquete preparado pelo Criador! Sem o tédio da rotina. Assim e muito mais era o paraíso. Assim também é o que Deus tem preparado para a Igreja, para aqueles que forem fiéis até o fim. O crente começa a contemplar desde já as belas e indescritíveis mansões celestiais que estão à sua espera!  


Entre todas as belezas criadas por Deus também devemos mencionar a cultura do saber e da inteligência estabelecida pois no homem foi implantada a capacidade de criar e desenvolver, estabelecendo normas para todas as coisas e costumes. Embora o homem possa pensar que algo que descobriu ou inventou sejam conquistas suas, está olvidado, pois foi o Criador que o dotou de inteligência e capacidade criativa para que avance tecnologicamente alcançando grandes conquistas em todos os campos da ciência e do saber. Quando o homem não reconhece essa capacidade como dom de Deus, julgando-se auto-suficiente, como criatura está voltando-se contra o Criador. 


  
 3. A Queda manchou a cultura humana




O domínio que o homem possuía era total, sobre a criação, não ficavam fora os peixes do mar, as aves do céu, nem répteis - Gn 1.26. Como conseqüência da queda ele perdeu esse poder e privilégio e foi renegado a uma situação inferior, condicionado ao pecado e à morte – Rm 3.23; 6.23. Poderes e atributos gozados anteriormente não lhe foram mais permitidos, e Deus que se comprazia em visitá-lo, contemplando-o na beleza de sua inocência, não o encontrou como fazia anteriormente. 
Com a queda do homem a Terra foi amaldiçoada. As regalias que o homem desfrutava no Jardim foram extintas. A natureza sofreu uma mudança extraordinária e de benéfica passou à dificuldade,   o pecado passou a dominá-lo e a natureza revoltou-se contra ele.


O homem de inocente e puro passou a uma natureza manchada pelo  pecado e por este motivo quando Deus descia, agora, não tinha prazer em contemplar a criação.
... maldita é a Terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias de tua vida” Gn 3.17.


Aquilo que o homem, anteriormente fazia com perfeição visando unicamente o bem, passou a ser desenvolvido imperfeitamente, pois partia de uma natureza imperfeita. Sofre vício de origem, haja vista as boas coisas que aparentemente servem para melhorar a qualidade de vida das pessoas, são desvirtuadas para o mal, para destruição, como podemos ver na área da mecânica, da medicina, da tecnologia. Embora algo que traz melhorias na qualidade de vidas da humanidade também serve para matar, fazer guerras e impor sofrimento. É a cultura moderna desviada de seus objetivos.

A Queda impôs no homem uma inversão de valores, onde o errado é enaltecido e o bem é desprezado. Onde o errado passou a ser aceito como certo e vice-versa. Quase não há espaço para o Criador na vida da criação. É a cultura do pecado.



II. EXEMPLOS BÍBLICOS DE RELACIONAMENTO CULTURAL


   1. Daniel discerne a cultura babilônica.

“Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus. Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei. Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.”

Em Dn 1.3-6, lemos:
Com o propósito de buscar assistentes para as diversas atividades em seu palácio, o rei promoveu um rígido processo seletivo, onde juntamente com outros jovens, Daniel foi escolhido. Um dos primeiros grandes desafios do jovem Daniel na Babilônia, foi participar de um curso onde o aprendizado da cultura e da língua dos caldeus faziam parte do currículo. Literatura, astrologia, astronomia, noções de magia e adivinhação, agricultura, arquitetura, leis, matemática e língua acádica, seriam algumas das disciplinas. Os estudos científicos mesclavam-se com magia e adivinhação.
O quadro é muito parecido com o que enfrenta os nosso jovens cristãos nas universidades e faculdades norteadas pelas idéias pós-modernas, onde nestes espaços a ciência e as experiências místicas se fundem, o espírito de “tolerância” e “pluralismo religioso” dá o tom, a vida moral é relativizada e onde a felicidade é confundida e reduzida ao mero prazer.



O texto de Dn 1.8 nos diz que “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se”. Isto é muito bonito de ser lido e pregado, mas, esta firme decisão de Daniel não é fruto do acaso. Há uma história, há investimentos eternos, há experiências envolvidas que pesam e consolidam as convicções do jovem Daniel.
Qualquer jovem de uma cidade menor ou do interior que chegar a uma grande metrópole sente-se logo fascinado com tudo de novo que pode ver. É uma cultura diferente em vários aspectos, e por isso procura conhecer e entrosar-se nesta nova maneira de vida. Isto é normal e faz parte da natureza humana. Com Daniel não foi diferente, vindo que era de uma cidade provinciana, achava-se introduzido numa grande cidade cosmopolita com todas suas novidades e fulgores, a grande Babilônia, capital do mundo de então.
Contudo Daniel tinha a sua fé solidificada nos ensinos de uma família temente a Deus. Ele não podia compactuar ou assimilar princípios que viessem contrariar aquilo que ele aprendera na Lei de Deus. Servia no Palácio do imperador, mas quando qualquer coisa opunha-se aos princípios sadios dos ensinamentos que recebera deixava de participar. Não se furtava de suas responsabilidades ou negava a sua fé. Entre o temor de Deus e as ordens palacianas ele sempre ficava com o primeiro. Embora isso lhe custasse, muitas vezes dificuldsdes, mas Deus sempre esteve com ele. Fosse nos momentos elevação, fosse nas dificuldades ou no ostracismo, Deus sempre estava com ele. Isso contribuiu para que a fé de Daniel influenciasse aquele palácio, aquela cidade, aquele reinado.
   2. Paulo, Barnabé e a transformação cultural em Listra



Na cidade de Listra havia um homem que estava sempre sentado porque era aleijado dos pés. Ele havia nascido aleijado e nunca tinha andado. Esse homem ouviu as palavras de Paulo, e Paulo viu que ele cria que podia ser curado. Então olhou firmemente para ele e disse em voz alta: - Levante-se e fique de pé! O homem pulou de pé e começou a andar. Quando o povo viu o que Paulo havia feito, começou a gritar na sua própria língua: - Os deuses tomaram a forma de homens e desceram até nós! Eles deram o nome de Júpiter a Barnabé e o de Mercúrio a Paulo, porque era Paulo quem falava. O templo de Júpiter ficava na entrada da cidade, e o sacerdote desse deus trouxe bois e coroas de flores para o portão da cidade. Ele e o povo queriam matar os animais numa cerimônia religiosa e oferecê-los em sacrifício a Barnabé e a Paulo. 


Quando os dois apóstolos souberam disso, rasgaram as suas roupas, correram para o meio da multidão e gritaram: - Amigos, por que vocês estão fazendo isso? Nós somos apenas seres humanos, como vocês. Estamos aqui anunciando o evangelho a vocês para que abandonem essas coisas que não servem para nada. Convertam-se ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que existe neles. No passado Deus deixou que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos. Mas Deus sempre mostra quem ele é por meio das coisas boas que faz: é ele quem manda as chuvas do céu e as colheitas no tempo certo; é ele quem dá também alimento para vocês e enche o coração de vocês de alegria. Mesmo depois de terem dito isso, os apóstolos tiveram muita dificuldade para evitar que o povo matasse os animais em sacrifício a eles. 


À semelhança de certos líderes de hoje Paulo e Barnabé poderiam dar lugar à vaidade humana e terem aceitado as oferendas, presentes, culto de louvor que era oferecido pelo povo daquela cidade, pois isso seria normal por fazer parte da cultura daquele povo. Poderiam abandonar a condição, humanamente falando, pouco expressiva e sem muito glamour de servo e pastor e aceitarem uma posição de "deuses" que era oferecida. Afinal não é disso que a vaidade humana corre atrás? Mas Paulo e Barnabé tinham uma missão mais elevada, a de serem portadores de uma mensagem sublime do Deus verdadeiro e promoverem uma mudança cultural daquela cidade. O cristão verdadeiro não pode deixar-se levar pelas emoções e ambições humanas. Fomos chamados para fazer a diferença e nossa missão é ser sal e luz pelas mudanças que esses elementos podem produzir.


Alguns judeus que tinham vindo das cidades de Antioquia e de Icônio conseguiram o apoio da multidão, apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, porque pensavam que ele tinha morrido. Mas, quando os cristãos se ajuntaram em volta dele, ele se levantou e entrou na cidade de novo. E no dia seguinte Paulo e Barnabé partiram para a cidade de Derbe. 

III. EVANGELHO, IGREJA E CULTURA


   1. Evangelho e cultura


“Pilotando sozinho um avião, que em um dado momento entrou em pane, uma mulher se lança de pára-quedas sobre uma floresta totalmente desconhecida. Ao cair, ficou pendurada nos galhos de uma árvore, praticamente impossibilitada de alcançar terra firme. Depois de algumas horas nessa condição, enxerga, lá embaixo, a alguns metros de distância, um homem muito bem trajado que passeia pela floresta. Desesperada, grita para o homem: "Oi! Por favor, meu senhor! Olhe cá para cima! Aqui! Me diga onde estou?” O homem surpreendido olha para o alto da árvore e responde à mulher: “Ora... a senhora está pendurada numa árvore!” “O Senhor é teólogo?”,pergunta-lhe a aviadora. “Sim, senhora, mas como é que sabe? “ “Pela resposta que me deu: absolutamente verdadeira, mas perfeitamente inútil”


Infelizmente, isto se assemelha realmente às respostas que a grande maioria dos evangélicos e suas instituições têm dado às perguntas vitais colocadas pela cultura direta e indiretamente falando. O discurso evangélico não tem levado a sério determinados aspectos da realidade cultural e por isso tem dado respostas verdadeiras, porém, inúteis. Fala-se a verdade, mas de uma forma totalmente irrelevante, sem poder ser aplicada na prática para surtir o efeito desejado por Deus, já que a sua Palavra é verdade prática e transformadora. 


Mateus 5.13-16.  O texto diz o seguinte: "Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens."Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa.Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.”(NVI)  A mensagem do Evangelho só é útil quando não separa sua capacidade de reconstruir e renovar as situações (sal) com a sua capacidade de iluminar e mostrar as situações a todos, com o faz a luz que emana de sua fonte e penetra a mais densa e remota escuridão. E não pode haver reconstrução de estruturas e da própria realidade pela mensagem do Evangelho sem a idéia de serviço e relacionamento mutuo entre ele e as instâncias culturais. 


A participação pela inserção ativa na cultura e pelo diálogo são elementos indispensáveis para se dialogar de modo relevante com as estruturas da realidade que carecem de renovação e de sentido e ao mesmo tempo ser estimulado para reavaliações e novas investidas. Atitudes como essas também servem para capacitar as pessoas de ambos os lados para compreenderem melhor a realidade e criticarem de forma sábia e correta a situação. As duas metáforas usadas por Jesus, pelas próprias características dos elementos que ele utilizou levam para essa direção. Por ser sal, a vida e o testemunho dos cristãos assumem característica relacionadas a preservação, daquilo com o qual entra em contato. Tão relevante também, e o fato de agregar sentido àquilo que precisa dele. Pensando em termos do Evangelho anunciado pelos cristãos, este anúncio deve preservar o sabor e sentido que o Evangelho oferece à vida das pessoas com as quais entra em contato. 


Da mesma maneira a função da luz que ilumina locais inóspitos dando visibilidade e revelando como eles são de fato, deve ser de forma análoga aplicada ao Evangelho em sua relação com a Cultura, no sentido de ser um instrumento prático e crítico para a construção do conhecimento e analise da realidade que promova a melhoria da vida. Para se resgatar a relevância da mensagem evangélica em nossa cultura, e em outras quaisquer, o Evangelho deve ser apresentado pela sua capacidade de trazer sentido e gosto pela vida, de motivar e ajudar as pessoas descobrirem seus valores,de se humanizarem mais e reconstruir uma nova realidade, com discernimento critico das coisas e dos acontecimentos, sem pré-conceitos e pré-juizos aplicado sobre as outras pessoas.


  2. Igreja e cultura


Há três maneiras normalmente utilizadas pela igreja cristã em geral com relação à cultura, principalmente quando há algum impasse entre os valores e costumes:


1- Rejeitar a cultura e ir em busca de formas e modos do passado. Uma forma de alienação evangélica. Esta tem sido a atitude de grande parte das igrejas e movimentos evangélicos, que optam principalmente pelas formas e costumes judaicos, formas essas que apesar da sua riqueza na maioria das vezes não comunica algo relevante em termos práticos para a cultura brasileira. 


O isolamento e a indiferença da Igreja podem ser também percebidos nas mais diversas formas de retiros que tem sido realizado pelas igrejas evangélicas, em datas especificas e em outras ocasiões. A indisposição para dialogar com determinadas expressões da cultura tem motivado esta forma de reação. Pelo que parece, quando o momento é mais propício, a comunidade evangélica se isola e se aliena. É difícil entender o sentido de ser sal e luz numa postura desse tipo. Talvez o que falta ser compreendido é que: relevância prática envolve experiência que pode ser compartilhada quando o momento sinaliza uma mínima abertura e não quando se quer. Qualquer atitude que não leve isso em consideração pode resultar em “respostas absolutamente verdadeiras, mas totalmente inúteis”.


2- Aceitar indiscriminadamente o pluralismo acrítico, relativizando tudo, como se tudo na cultura fosse igualmente bom e que a fé cristã e o Evangelho pode coexistir sem problemas com ela. O pano de fundo para esta forma de pensamento está no conceito missiológico entendido erroneamente de que como o Evangelho é inter, trans, ou até supra-cultural e não têm raízes em nenhuma cultura, a coisa pode ser levada dessa maneira. O perigo de se relacionar com a Cultura a partir desse pensamento é não levar em consideração que há diferença entre valores dos Evangelhos e da Cultura, e que não há compatibilidade total entre ambos. Neste caso há grande chance do Evangelho não se tornar de fato relevante. Há uma série de práticas na igreja cristã que mostram a influencia negativa da cultura na prática evangélica, principalmente nos campos dos valores, refletindo conseqüentemente na moral evangélica.


3- Dialogar com a cultura contemporânea. A igreja deve desenvolver um diálogo crítico com a cultura, reconhecendo nela o que é útil, transformando o que pode ser transformado, porque é reprovável e se comprometendo a suprir aquilo que está faltando. Dialogar para transformar aquilo que deve ser transformado, reconhecer e fortalecer o que é significativo e principalmente se envolver com uma participação inteligente nos diversos âmbitos da sociedade, com a convicção de que o conteúdo do Evangelho não tem apenas funções escatológicas, mas também tem a ver com mudanças na qualidade de vida das pessoas no seu dia-a-dia. Este é um conceito que precisa ser enfatizado e repensado na interpretação cristã em geral, pois, a riqueza e a eficácia do Evangelho é inesgotável, e a experiência prática de instituições sociais, educacionais e Ongs, têm sinalizado que há muito espaço onde o Evangelho pode ser renovador como instrumento para resgate da cidadania em suas diversas dimensões.



  3. O despertamento cultural da igreja


 O uso da mensagem apenas para resolver a situação depois da morte esvazia o sentido e valor cotidiano da mensagem evangélica. Os primeiros cristãos têm muito a nos ensinar sobre a utilização de elementos úteis da cultura para a propagação do Evangelho em seu tempo, quando o fazem a partir da utilização de elemento das culturas grega e romana. Para nós evangélicos é muito mais cômodo assumir a postura de portadores de conceitos e verdades absolutos e universais que nos confere a condição de guardiões do conhecimento perfeito e imutável. Contudo, os fatos e experiências históricas e bíblicas têm nos desafiado a pensar de forma diferente, porque mesmo o Evangelho não prioriza conceitos e normas, mas vidas e pessoas e isso é mais que suficiente para determinar a tendência que a comunicação do Evangelho deve tomar no seu relacionamento com a Cultura.

Fato é, e afirmado pelo texto de Mateus que, é nossa a responsabilidade dar o ponta-a-pé inicial para este relacionamento mútuo, com uma atitude mais próxima possível daquela de Jesus, tendo em nossos corações o que ele nos ensinou:“Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. Digo-lhes verdadeiramente que nenhum escravo é maior do que o seu senhor, como também nenhum mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem”. (Jo. 13.14-17 –NVI). 


Ao lidar com a relação Evangelho e Cultura em ambos os lados há muito o que se compartilhar. Tudo depende da atitude de ambas as partes. Mas, no que se refere ao Evangelho, por sua própria natureza divina a igreja tem mais dívida com a cultura do que o inverso. A razão desta dívida talvez tenha surgido por causa da visão maniqueísta que a igreja assumiu em determinando momento da sua história, onde o mundo é visto como uma instancia totalmente maligna de onde se tem que fugir, contrariando o próprio modo de Jesus ver a relação da Igreja com o mundo em, Jo 17. 15-17, ( “ Não rogo que os tire do mundo..., eu os enviei ao mundo”) que sinaliza a necessidade de uma relação concreta e otimista. 


O problema da Igreja é que o lugar seguro para onde se deve ir ou é um esconderijo terrestre longe de todos, ou no paraíso espiritual futuro que pela ênfase desregrada que é apresentada, aliena a igreja da sociedade e da própria realidade. As dimensões do real e do espiritual não têm sido harmonizadas com sucesso pelo discurso da Igreja. Por puro pragmatismo a solução foi então procurar se isolar de uma ou de outra maneira de toda experiência que não tivesse o crivo do modelo de espiritualidade que a igreja assumiu, mesmo sabendo que o mundo é amado pelo Pai, que como prova desse amor entregou seu próprio Filho para salva-lo.



CONCLUSÃO 


A Igreja foi chamada para ser "Sal da Terra e Luz do Mundo" e como tal tem uma missão a cumprir, de não somente espalhar um evangelho libertador, mas também de participar dos problemas e aflições que atingem esse mesmo mundo no qual vive. Pois enquanto aqui vivermos fazemos parte dele.Quanto do principio da justiça, da solidariedade, do amor, do valor do ser humano, da ética de Jesus pode ser aplicado à prática social para aumentar a qualidade de vida das pessoas e por conta disso elas se interessarem pelo Evangelho!  O nosso testemunho de vida como cidadão entre os demais chama atenção daqueles que nos observam e isso despertará um interesse pela nossa maneira de portar-se, abrindo-se então as portas para ocasionar as mudanças para a aceitação do Evangelho de Cristo e para uma nova vida, estimulando uma mudança cultural na sociedade corrompida. Como Igreja comissionada não podemos nos furtar dessa responsabilidade social.




Pesquisa,  organização do texto e  comentários adicionais:
João Q.Cavalheiro



Fontes de busca e pesquisa:
http://artigos.gospelprime.com.br/daniel-crescimento-em-tempo-de-crise/
http://nomeucoracao.blogspot.com/2009/07/paulo-e-barnabe-em-listra-e-derbe.html
http://estudantedeteologia.blogspot.com/2009/10/evangelho-e-cultura-busca-de-um-dialogo.html
http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=ac%E1dia&id=13147
Imagens:
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9b/Berchem,_Nicolaes_Pietersz._-_Paul_and_Barnabas_at_Lystra_
http://www.google.com.br/search?pq=imagens+de+ad%C3%A3o+e+eva+sendo+expulsos+do+jardim+do+eden&hl=pt-

2 comentários:

  1. A paz do Senhor querido amigo e pr. João.
    O relato sobre Paulo no texto é bastante interessante, pois expõe nossa triste realidade; A escassez de profetas e mestres visionários, humildes e cientes que toda Honra e Glória pertence somente a Cristo Jesus, Nosso Senhor.
    Agradeço a Deus, por sua vida meu querido amigo e irmão na fé, pela dedicação e excelência em publicar matérias compromissadas com a Verdade.
    Continue a ser uma benção nas mãos do Senhor, pois Ele tem lhe usado para falar a inúmeras vidas, dentre as quais me incluo.
    Muita paz, saúde e sabedoria ao querido irmão e toda família.
    Abraços deste simples amigo, irmão e fiel seguidor.
    http://ciencia-religiao.blogspot.com/

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  2. A Paz do Senhor amigo e irmão Demétrius!

    As palavras em seu comentário são sempre de grande valor e incentivo! Especialmente pelo estímulo e motivação que elas trazem. Agradeço pela assiduidade de suas visitas e comentários. Isto é de inestimável conforto.
    Muito obrigado e que Deus da mesma maneira continue a abençoá-lo.
    Abraços de seu irmão em Cristo...
    João Q. Cavalheiro

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