(O CRISTIANISMO NA ARMÊNIA E O GENOCÍDIO)
A Armênia se converteu ao cristianismo no começo do quarto século. Esta terra deserta e montanhosa estava imprensada entre os impérios russo, turco e persa e era frequentemente usado como Estado-tampão por estes e outras civilizações rivais.
No século XIX, missionários evangélicos protestantes trouxeram o evangelho aos armênios com frescor inspirador. Isto acionou um movimento de renovação evangélica dentro da velha e estagnada igreja armênia. O patriarca ficou assustado e baniu Bíblias e livros importados pelos missionários. Vários líderes cristãos armênios foram presos. Na época a maior parte da Armênia estava sob um governo turco muçulmano. Os turcos não confiavam na hierarquia da igreja armênia e simpatizavam com os evangélicos, embora a conversão de um muçulmano ao cristianismo fosse punível com morte instantânea. Esta lei foi subitamente revogada em 1856, e foi declarada liberdade total de religião. Grandes quantidades de muçulmanos se tornaram cristãos. Porém, esta oportunidade durou pouco.
Em 1864, o governo turco começou a voltar atrás e a sentenciar à prisão muçulmanos convertidos ao cristianismo. O temor dos turcos de um levante armênio continuou. De 1895 até 1915, soldados do governo mataram cerca de 100.000 civis armênios. Então, em 1915, sob a máscara da 1ª Guerra Mundial, os turcos acusaram os armênios de ajudarem os invasores russos e lançaram uma ação genocida que consta como um dos mais horríveis casos de crueldade da história.
Na primavera ocorreu uma tentativa de matar todos os armênios dentro das fronteiras turcas. Advogados, médicos, clérigos e outros intelectuais foram acusados de subversão. Muitos tiveram suas cabeças colocadas em prensas e apertadas até que as vítimas sofressem um colapso. 24 de abril foi o dia marcado para matar o resto dos armênios. Milhares de crianças foram jogadas vivas em valas e cobertas de terra e areia. Muitos outros armênios foram apedrejados ou despedaçados até a morte. Mulheres e moças foram violentadas antes de serem massacradas. Algumas pessoas foram marcadas no peito e nas costas com cruzes de ferro em brasa. Evangélicos morriam ao lado de membros da igreja estabelecida. Cerca de 600.000 podem ter morrido no dia 24 de abril, um dia ainda guardado como Dia Memorial pelos descendentes dos armênios sobreviventes.
Quando os soldados turcos viram que não conseguiriam matar todos os armênios em um único dia, passaram a guiar as multidões para o deserto. Aqueles que caíssem pela beira da estrada eram mortos. Somente os mais fortes conseguiram escapar para o território russo onde campos americanos de refugiados haviam sido montados.
Uma das que conseguiu escapar para um desses campos foi uma garota de 18 anos. “Você sente dor?” perguntou uma enfermeira quando ela chegou. “Não”, ela respondeu, “mas aprendi o significado da cruz”. A jovem mostrou à enfermeira seu ombro onde a figura de uma cruz estava profundamente marcada em sua carne. “Fui capturada junto com outros em minha aldeia. Os turcos me puseram de pé e perguntaram, ‘Maomé ou Cristo?’ Eu disse, ‘Cristo, sempre Cristo’. Durante sete dias me fizeram a mesma pergunta, e a cada dia quando eu dizia ‘Cristo’ uma parte desta cruz era marcada em meu ombro. No sétimo dia eles disseram: ‘Amanhã, se você disser ‘Maomé’, você vive. Se não, você morre. Então ouvimos que os americanos estavam perto, e alguns de nós conseguiram escapar. Foi assim que aprendi o significado da cruz”.
No dia 20 de novembro de 1920, a Armênia foi anexada à União Soviética. Pelo cristianismo armênio estar fraco e declinando sob o governo soviético houve pouca perseguição. Ao mesmo tempo, muitos armênios se sentiram mais seguros sob o domínio soviético do que o turco. Com o desmantelamento do império soviético, a Armênia se tornou um estado independente. Décadas de um regime ateu resultou em um descaso generalizado com a Bíblia. Acredita-se que a maioria seja cristã só no nome. Ore para que os descendentes dos armênios que sobreviveram ao massacre turco de 1915. Peça a Deus para um retorno radical para Jesus em sua busca por cura interior.
Adaptado do livro "Por Seu Sangue" de James e Marti Hefley (Grand Rapids, MI: Baker Books, 1996), páginas 342, 343.
Fonte: A voz dos mártires
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